Animais ficaram confinados no curral instalado na área do Terminal de Carga Viva do aeroporto
Com quatro dias de atraso, o rebanho com 110 cabeças de gado viajou para São Tomé e Príncipe, na África, em voo que saiu na madrugada de ontem do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. Enquanto aguardavam pelo embarque, os animais ficaram confinados no curral instalado na área do Terminal de Carga Viva do aeroporto. Inicialmente, a viagem estava prevista para a última quarta-feira, mas o avião que transportaria o rebanho ficou retido na Colômbia em decorrência do mau tempo e posteriormente precisou passar por manutenção na Venezuela.
O voo que transportou os animais pousou às 19h02 do último sábado e decolou à 1h32 de ontem. A viagem duraria oito horas. As 90 vacas e os 20 touros da raça nelore vieram de Minas Gerais. Eles foram comprados pelo governo de São Tomé e Príncipe com auxílio do Banco Africano de Desenvolvimento. Durante o tempo em que permaneceu em Viracopos, o rebanho contou com a assistência de profissionais especializados contratados pela empresa responsável pelo embarque e recebeu alimentação adequada.
Os animais foram levados para a África em um MD11, cuja capacidade é de 90 toneladas. O peso total do rebanho era de 20 toneladas. Para transportar tantos bovinos de uma única vez, foi necessário montar um esquema especial. O gado seria dividido em 16 baias (cercados de madeira) com capacidade para comportar de cinco a sete animais perfilados cada. As vacas e os touros foram colocados nas baias antes de serem transferidos para a aeronave. De acordo com os responsáveis pelo transporte, os animais não seriam sedados para o transporte.
O governo do país africano pretende começar a reprodução de gado nobre. Conforme informações da empresa, foram investidos US$ 10 mil para enviar cada um dos animais para São Tomé e Príncipe. O projeto dos africanos é que em seis anos o plantel no país tenha mais de mil cabeças.
Logística
O gerente de Logística de Cargas da Aeroportos Brasil Viracopos, Ricardo Luize, afirmou que Viracopos tem hoje uma infraestrutura no curral que permite o confinamento de 180 animais na área coberta, além de um espaço para expansão. “A nossa estrutura é móvel e permite ampliar a área para os animais. Nós somos os responsáveis pela estrutura e cabe à empresa ou produtor fornecer veterinário e alimentação dos animais. No terminal de carga viva, há dormitórios para os profissionais que acompanham o rebanho”, disse.
O gerente ressaltou que, além do curral, há quatro baias para equinos. “Todo o espaço foi reformulado no ano passado. É mais raro o embarque de vários animais de uma única vez. Há dois anos nós recebemos 400 búfalos, que foram embarcados durante dez dias. Em cada remessa ia um grupo com 80 cabeças”, contou. Ele disse que é comum o transporte de animais, principalmente cavalos. “Também recebemos porcos, aves, peixes, avestruzes, chinchilas.”
Balanço divulgado na última semana pela Aeroportos Brasil Viracopos mostrou que houve um incremento de 5,42% no volume de importações no primeiro semestre deste ano no aeroporto. Passou de 79.052 toneladas para 83.333 toneladas. As exportações apresentaram queda de 23,25%. O levantamento do acumulado de janeiro a junho de 2013 apontou para um total de 35.349 toneladas. Em igual período do ano passado, o volume foi de 46.059 toneladas.