HORTOLÂNDIA

Após 20h, termina a rebelião em penitenciária

Os três agentes mantidos reféns foram liberados após negociações com o Grupo de Intervenção Rápida (GIR) da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP)

Inaê Miranda e Alenita Ramirez
11/07/2016 às 19:28.
Atualizado em 22/04/2022 às 23:34
Rebelião começou por volta das 17h (Inaê MIranda)

Rebelião começou por volta das 17h (Inaê MIranda)

Acabou às 12h30 a rebelião da Penitenciária 2 do Complexo Campinas-Hortolândia. A revolta que começou às 17h de segunda-feira se estendeu pela madrugada e teve as negociações retomadas na manhã desta terça-feira (12). Os três agentes mantidos reféns foram liberados após negociações com o Grupo de Intervenção Rápida (GIR) da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Ninguém ficou ferido. O primeiro preso foi libertado por volta das 9hs depois de uma madrugada de tensão.  Os outros reféns foram liberados por volta das 12h. Segundo o Sindicato dos Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindesp), a rebelião terminou sem acordo, apenas com o fornecimento de água e comida.   A revolta teve como foco principal a reivindicação da saída do diretor geral da unidade, Paulo Rodrigues, e do diretor de disciplina, João Augusto. "Há anos os presos fazem denúncias de várias situações e os diretores não tomam nenhuma providência. Eles cansaram e querem a saída dos diretores. A superlotação é uma das denúncias", disse o sindicalista Antônio Pereira. A situação no local foi tensa durante toda a madrugada. Familiares dos detentos continuam na frente da unidade à espera de informações e a Polícia Militar reforçou o patrulhamento no lado de fora do complexo. Um rastro de fumaça pode ser visto nos fundos da unidade. Do lado de fora, familiares de agentes penitenciários e presos colocaram fogo em pneus em uma das ruas que dá acesso ao complexo penitenciário. Alegando estar sem comida, os presos pediram a presença de representantes de Comissões de Direitos Humanos e da imprensa no local. O advogado Sérgio Palácio, representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), visitou o presídio para verificar como estava a situação no local.  Superlotação O motivo da rebelião é a superlotação da unidade, que tem capacidade para abrigar 855 pessoas, mas mantinha 1.897 detentos nesta segunda. Eles pedem a saída da direção do presídio. A rebelião começou às 17h desta segunda-feira e atingiu três pavilhões da unidade. Cada pavilhão possui 23 celas, ao todo a P-2 possui seis pavilhões.  Outra reivindicação é a melhoria da qualidade da comida servida na unidade.  Segundo familiares, é comum encontrar cabelos na refeição servida. Em vigília na frente do Complexo, os familiares dos presos chegaram a fechar a rua do durante a manhã e fizeram uma corrente de oração. Depois, tentaram impedir a entrada e saída de viaturas do local. Durante a noite Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP),  entrou no complexo para negociar a liberação dos funcionários. Várias viaturas da Polícia Militar ficaram posicionadas do lado de fora do presídio. De acordo com informações passadas por policiais no local, não há presos nem agentes feridos. Dezenas de parentes dos presos também ficaram na porta do complexo em busca de informações. Eles reclamaram da falta de notícias. A revolta começou às 17h, quando os detentos voltavam do banho de sol. Eles conseguiram render os funcionários e, na sequência, queimaram colchões. Os detentos estariam com facas. O helicóptero Águia da PM foi acionado e sobrevoou o presídio durante alguns minutos. Foto por: Alenita Ramirez Foto por: Alenita Ramirez Foto por: Alenita Ramires/AAN Foto por: Foto por: Foto por: Foto por: Foto por: Foto por: Foto por: Edu Fortes/AAN Foto por: Edu Fortes/AAN Exibir legenda 1100

Familiares de presos aguardam informações no lado de fora do Complexo Penitenciário.

Familiares de presos aguardam informações no lado de fora do Complexo Penitenciário.

Familiares de agentes penitenciários e presos esperam por informações do lado de fora do complexo penitenciário.

Rebelião causa tensão em penitenciária .

Rebelião causa tensão em penitenciária .

Rebelião causa tensão em penitenciária .

Rebelião causa tensão em penitenciária .

Rebelião causa tensão em penitenciária .

Rebelião causa tensão em penitenciária .

Rebelião causa tensão em penitenciária .

Rebelião causa tensão em penitenciária . Ao menos três ambulâncias entraram no complexo. Uma hora depois, alguns veículos foram vistos deixando o local. Os agentes da portaria do complexo informaram que as ambulâncias estariam transportando carcereiros que fazem plantão em hospitais da região, onde há presos em custódia. Eles garantiram que não havia presos feridos e nem reféns nos veículos. O Sindesp informou que a concentração da rebelião está nos pavilhões 3, 4 e 5 da P-2. A entidade confirmou que o motivo seria a superlotação e que os presos exigem a troca da direção do presídio. Do lado de fora, os parentes dos presos se aglomeravam no portão da penitenciária e pediam a presença do diretor. A estrutura dessa área da P-2 foi bastante danificada pela rebelião e possivelmente não haverá visitas nos próximos dias. “Na portaria me garantiram que não tem ninguém ferido e que a rebelião está controlada e que estão em negociação. Quando tiverem notícias vai me dizer e repasso para as pessoas”, afirmou uma mulher de preso que se identificou apenas como Natália. Ela afirmou que houve tiros de borracha no interior da unidade para controlar o tumulto e não deixar a rebelião tomar outras galerias da unidade. Por meio de nota a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que “está conversando para liberação de três reféns na Penitenciária II ‘Odete Leite de Campos Critter’ de Hortolândia. O Grupo de Intervenção Rápida já está no interior da unidade e os detentos estão confinados nos pavilhões. A segurança externa foi reforçada”. No começo da madrugada um grupo de familiares se concentrou na lateral do presídio é estava se comunicando com os presos em coro. Era possível ouvir os presos gritando de dentro da penitenciária "é tudo nosso", "estamos na opressão" e "só fortalece". Ataques Bandidos armados de pistolas automáticas atacaram policiais militares e bases comunitárias da PM, na madrugada de ontem, na Capital paulista. A investigação da polícia aponta que os ataques aconteceram por motivos diferentes, não teriam relação entre si, mas ambos teriam sido coordenados por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Na região do Jaçanã, por volta da 1h30, dois homens em uma moto pararam na frente da base comunitária da PM na Rua Ari da Rocha Miranda. Dois policiais estavam no local. Os criminosos atiraram quatro vezes e acertaram a placa de contenção. Também por volta da 1h30, quatro homens em duas motos pararam na frente da base comunitária da PM no Jardim Robru, zona leste, e atiraram contra o prédio. (Inaê Miranda/Da Agência Anhanguera, com Estadão Conteúdo)

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