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Aportes caem 11,5% na comparação com 2018

A atração de investimentos na macrorregião de Campinas desacelerou no ano passado, segundo a Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado (Piesp)

Maria Teresa Costa
03/03/2020 às 07:35.
Atualizado em 29/03/2022 às 19:32

A atração de investimentos na macrorregião de Campinas desacelerou no ano passado, segundo a Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado (Piesp), elaborada pela Fundação Seade. Os aportes anunciados somaram R$ 6,88 bilhões, uma queda de 11,5% na comparação com 2018. A maior retração, de 76,9%, ocorreu no setor de serviços: depois de receber anúncios de R$ 3,09 bilhões em 2018, o setor de serviço caiu para R$ 714,3 milhões no ano passado. O poder de atração regional foi na contramão do verificado no Estado, onde os anúncios de investimentos somaram R$ 100,1 bilhões, o terceiro maior valor anual na pesquisa, que se iniciou em 1998. Na comparação com 2018, os investimentos avançaram 80%, impulsionados principalmente por aqueles realizados nos setores de infraestrutura e indústria. A macrorregião de Campinas, com 82 municípios, perdeu posição no Estado e passou a ser a terceira mais atrativa. Ficou atrás da Região Metropolitana de São Paulo, que continuou liderando nos investimentos, com R$ 34,6 bilhões, e da região de Bauru, com R$ 8,1 bilhões. Para o economista Márcio Ferreira, consultor de investimentos, o resultado mostra queda na competitividade da região no Estado, especialmente no setor de serviços, o que é preocupante. “No ano passado, Campinas, por exemplo, superou a marca de R$ 1 bilhão em arrecadação do Imposto Sobre Serviços (ISS), sua principal receita. Isso veio de investimentos já instalados e é possível que haja uma estagnação em 2020”, afirmou. Os anúncios da indústria formaram o maior valor nominal, de R$ 4,45 bilhões, um crescimento de 17,1%. Desse total, R$ 1,6 bilhão foi feito pela Toyota, para a modernização da fábrica de automóveis com motores híbridos flex em Indaiatuba. A Antibióticos do Brasil (ABL) anunciou aporte de R$ 180 milhões em Cosmópolis para a expansão da produção da linha de cefalosporinas, antibióticos usados no tratamento de infecções bacterianas. Na área de infraestrutura, os anúncios somaram R$ 1,09 bilhão, aumento de 37% na comparação com 2018. Parte desse total, de R$ 282,8 milhões, foi anunciada pela Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) para a substituição de tubulação de amianto para polietileno da rede de água, no total de 423 quilômetros. A Rota das Bandeiras também anunciou investimentos: são R$ 91,5 milhões para a expansão do anel viário Magalhães Teixeira, que irá conectar as rodovias Bandeirantes e Miguel Melhado, segunda etapa. Em Campinas também foram anunciados R$ 21 milhões para a instalação de usina fotovoltaica para produção de energia elétrica pela TMW Energy. Em serviços, o maior anúncio foi da Odata, em Hortolândia, que vai investir R$ 230 milhões na construção de data center para grandes volumes de processamento do tipo co-location. Também haverá investimento importante do Centro Infantil Boldrini para a construção do Instituto de Engenharia Molecular e Celular, e aquisição de equipamentos. O investimento será de R$ 48,22 milhões. O setor de comércio cresceu sete vezes na região — de R$ 80,5 milhões em 2018 para R$ 624,1 milhões no ano passado. Entre os investimentos anunciados estão R$ 20 milhões da Havan para a inauguração de loja em Sumaré. INVESTIMENTOS (EM MILHÕES DE R$) Setor                      2018                        2019 Indústria               3.801,6                      4.450 Infraestrutura           794                       1.095,1 Serviços                3.096,4                      714,3 Comércio                 80,5                        624,1 Outros                     11,6                         0,2 Total                    7.784,1                   6.883,7 Fonte: Piesp/Seade

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