Alta de 15% no produto fresco e de 25% no bacalhau provoca queixas, mas consumidor compra produto; comerciantes esperam maior procura nesta quinta e sexta-feira
O comerciante Tito Camarini afirmou que a expectativa é de muito movimento no Mercadão r ( Janaína Ribeiro/ Especial a AAN )
Manter a tradição de comer peixe na Sexta-Feira Santa está bem mais caro neste ano. Os peixes frescos tiveram uma alta média de 15% e aumento no custo do bacalhau chegou a 25%. Mesmo com preços mais salgados, o corre-corre no Mercado Municipal de Campinas, nesta quarta-feira (1º), mostra que os campineiros vão fazer um esforço para manter a tradição. No Mercadão, os consumidores encontram opções para diferentes pratos e também para variados orçamentos. Na lista dos mais procurados estão a sardinha (média de R$ 7,99 o quilo), a cavalinha (R$ 9,90) e o filé de merluza (R$ 21,90). O tradicional bacalhau varia de R$ 29,90 a R$ 65,00 o quilo. Última hora A expectativa dos comerciantes é que nesta quinta-feira (2) o movimento seja grande no Mercadão. Ontem, a espera de quem queria levar para casa o peixe fresco já limpo era de pelo menos 30 minutos. Os vendedores afirmaram que a demanda ainda está longe de atingir o mesmo nível de anos nos quais a economia estava em alta. Ainda assim, os comerciantes acreditam que as vendas vão surpreender porque as perspectivas eram muito ruins. O comerciante Tito Camarini afirmou que a expectativa é de muito movimento no Mercadão hoje e até a manhã de amanhã. “O brasileiro sempre reserva algum dinheiro para comprar o peixe da Sexta-Feira Santa. Neste ano, registramos uma alta forte no preço do bacalhau, que ficou em média 25% mais caro. A alta do dólar teve impacto no custo do produto que é importado”, disse ele, que reduziu o estoque neste ano. O comerciante Tito Camarini afirmou que a expectativa é de muito movimento no Mercadão hoje e até a manhã de amanhã. O atendente da Peixaria Combate Agnaldo Pedro da Silva afirmou que os peixes frescos também tiveram uma alta de 15% nos preços. “Com a crise hídrica, houve uma queda na oferta de produtos na região. Os peixes estão vindo de mais longe. E, com o reajuste dos combustíveis, houve alta nos fretes”, disse.Correria Donas de casa, trabalhadores e aposentados se espremiam nesta quarta-feira nos corredores do Mercadão em busca de boas opções de peixes e bacalhau para o almoço de amanhã. Todo mundo estava de olho nos preços e também na qualidade dos produtos. “O preço do peixe subiu bastante neste ano e mais ainda nesta semana. Mas sempre compro”, disse a dona de casa Daniela Aparecida Tavares Oliveira. O casal Ronaldo Maiolim e Luciane Cirina Martins também se queixou dos aumentos. “Compramos um pintado e pagamos pouco mais de R$ 25,00. Mas é tradição, sempre comemos peixe nessa época”, comentou. Já o professor universitário Alexandre Pansani disse que não viu uma alta tão forte nos preços em relação ao ano anterior. “Gastei pouco mais de R$ 90,00”, afirmou. Para a cuidadora de idosos Giselda Santos disse que os preços dos produtos estão mais caros, mas nem por isso ela ia deixar de lado a tradição de comer bacalhau no almoço da Sexta-Feira Santa. “O bacalhau está mais caro sim, mas vou manter a tradição. E como este ano a família está maior, vou ter que comprar um pouco mais”.