EM CAMPINAS

Ao lado de Dário, Tarcísio lança obras de recapeamento

Cerca de 70 quilômetros de vias receberão novo piso asfáltico na cidade, ao custo de R$ 80 milhões; recursos foram financiados pela Desenvolve SP

Edimarcio Augusto Monteiro/ [email protected]
12/04/2023 às 08:34.
Atualizado em 12/04/2023 às 08:34
As obras de recapeamento de 70 quilômetros de vias de Campinas tiveram início ontem; as primeiras contempladas pelos trabalhos foram as avenidas Brasil e Barão de Itapura, ambas na região central da cidade (Rodrigo Zanotto)

As obras de recapeamento de 70 quilômetros de vias de Campinas tiveram início ontem; as primeiras contempladas pelos trabalhos foram as avenidas Brasil e Barão de Itapura, ambas na região central da cidade (Rodrigo Zanotto)

O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), esteve na terça-feira (11) em Campinas para participar do início das obras de recapeamento de cerca de 70 quilômetros de vias e do lançamento do Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura (CCD-AD), conhecido como Projeto SemeAr, para promover a transição para a agricultura digital de pequenos e médios produtos rurais do país. Durante a visita, Tarcísio prometeu colocar segurança desarmada nas escolas estaduais como forma de prevenir ataques às unidades.

A troca da pavimentação e a renovação do sistema de drenagem serão feitas através de um financiamento de R$ 80 milhões anunciado há um ano pela Desenvolve SP, agência de financiamento paulista, cujos recursos foram liberados agora.

Acompanhado pelo prefeito Dário Saadi (Republicanos), secretários municipais e estaduais, além de políticos, o governador viu o começo dos trabalhos de recapeamento da Avenida Brasil, uma das principais vias da cidade e a primeira a ser atendida. Com 2,5 km de extensão, ela liga a região central ao Jardim Chapadão. A Brasil começa na Rua Santa Cruz, cruza a Avenida Orosimbo Maia e termina no encontro das avenidas Theodureto de Almeida Camargo e Cônego Antonio Rocato.

As obras de recapeamento vão durar 12 meses. O pacote inclui outras avenidas da região central e ruas de outros pontos Campinas. "Toda cidade tem problema de asfalto e esse aporte será fundamental para melhorar o pavimento asfáltico", disse Saadi. Os 70 km de vias previstos correspondem a 3,33 vezes a mais do que a Prefeitura recapeou entre janeiro e julho do ano passado. Nesses sete meses, foram refeitos 21 km de pavimento em locais como os viadutos Cury e Laurão, além das avenidas Prestes Maia, Senador Saraiva, entre outras. O pavimento asfáltico tem vida útil que varia de 8 a 12 anos, mas problemas estruturais podem reduzir esse tempo.

Entre as vias que já estão definidas para passar pelo recapeamento estão a Barão de Itapura, Carolina Florence, Luiz Smânio, Heitor Penteado e Júlio Prestes. Outros locais serão definidos por critérios técnicos, como áreas com mais desgaste do asfalto e que tenham grande fluxo de trânsito, segundo a Prefeitura.

"Mais do que melhorar a qualidade da mobilidade urbana, melhora a qualidade de vida da população", disse o prefeito. Dário lembrou que, através de um financiamento de R$ 230 milhões da Caixa Econômica Federal, estão sendo pavimentadas vias em 13 bairros de Campinas, através do programa Meu Bairro Bem Melhor. Elas ficam nas regiões do Campo Grande, Campo Belo, Jardim Campina Grande, Cidade Satélite Íris 2, entre outras.

Transição digital

Freitas também participou do lançamento do projeto SemeAr, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agricultura Digital, sediada em Campinas, em parceria com outras instituições do setor e de tecnologia. A iniciativa receberá um investimento de R$ 25 milhões ao longo dos próximos cinco anos para a promoção de soluções de conectividade em áreas rurais e a inserção de tecnologias digitais em processos de produção agropecuária voltados para pequenos e médios produtores, com foco na preservação ambiental.

As ações envolvem o uso de recursos de inteligência artificial, sensoriamento remoto, automação, rastreabilidade, certificação digital e agricultura de precisão. "Cada real investido em pesquisa dá um retorno de R$ 12 [na cadeia produtiva]", comparou o presidente do Conselho Superior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), órgão que financia o CCD-AD, Marco Antonio Zago.

O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Antonio Junqueira, estima que o novo projeto proporcionará uma redução de 15% a 20% nos custos de produção, além de aumentar a produtividade, resultando em melhores ganhos e maior qualidade de vida para os agricultores. Dos aproximadamente 300 mil imóveis rurais no Estado de São Paulo, 82% estão nas mãos de pequenos e médios produtores, segundo dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR).

De acordo com Silvia Massruhá, diretora do Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital e indicada para assumir a presidência da Embrapa, serão criados dez distritos agrotecnológicos (DATs) no país, dos quais cinco em São Paulo, para servirem de modelo e agentes multiplicadores das tecnologias. Eles funcionarão como divulgadores dos recursos disponíveis e treinamento de agricultores e técnicos agrícolas, através de parcerias com cooperativas e entidades rurais.

Os trabalhos serão desenvolvidos de acordo com as características de pequenas áreas, como municípios, "para atender as demandas reais dos produtores rurais", disse a pesquisadora. Dois dos DATs serão instalados em Caconde, voltado para cafeicultores, e em São Miguel Arcanjo, destinado a hortifrutigranjeiros, onde foram instalados projetos piloto para desenvolvimento do SemeAr. Os outros distritos ainda serão definidos.

Para o chefe-geral da Embrapa Agricultura Digital, Stanley de Oliveira, o CCD-AD lançando "é uma semente que tem tudo para dar bons frutos e se multiplicar por todo o país". Ele considera que o uso da tecnologia é o caminho para garantir a segurança alimentar no mundo. Oliveira lembra que na década de 1970 o Brasil era importador de alimentos, mas 50 anos depois, através de recursos tecnológicos, tornou-se exportador para mais de 200 países. Atualmente, a agricultura nacional e líder na produção de vários itens, como a cana-de-açúcar.

Para o governador Tarcísio de Freitas, o novo projeto "vai reduzir o abismo que existe entre os grandes produtores rurais e os pequenos e médios", ao permitir ao democratizar o acesso à tecnologia de ponta. Iniciado em 2019, o SemeAr foi criado pela Embrapa em parceria com órgãos como o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), CPqD, Instituto de Economia Agricultura (IEA), Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) e Universidade Federal de Lavras (Ufla).

Outras ações

Durante a visita a Campinas, Freitas reforçou que a Polícia Civil paulista passará a contar com um departamento para cuidar dos crimes que envolvem a mulher. Sem definir números, ele disse que aumentará o número de Delegacias da Mulher que funcionam 24 horas, seguindo uma lei federal sancionada recentemente, que será acompanhada também da criação de uma delegacia virtual, onde as vítimas serão atendidas por uma delegada. "Com uma delegacia virtual, eu consigo atender muitas pessoas e aí eu supro a necessidade de várias delegacias funcionando presencialmente", justifica.

O governador também reforçou que aumentará a segurança nas escolas públicas estaduais em função dos ataques recentes que ocorreram em São Paulo e em Blumenau (SC). De acordo com ele, as unidades passarão a contar com segurança desarmada. Além disso, as queixas de professores sobre atitudes suspeitas de alunos serão encaminhadas para apuração. Psicólogos também serão contratados para dar suporte à comunidade escolar, acrescenta o governador.

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