Precaução é indicada para produtos usados em exames em Campinas, apesar da retirada de lotes
Mesmo sem determinar a interdição dos lotes dos soros e dos contrastes recolhidos no Hospital Vera Cruz, em Campinas, após três mortes, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que existe um alerta nacional em relação ao uso desses tipos de produtos.
“Não há necessidade de interdições em âmbito nacional, uma vez que não existem indícios de que esses lotes tenham saído do Estado de São Paulo, onde já existe a interdição cautelar. Caso a investigação aponte a necessidade, o faremos”, ressaltou Maria Angela Paz, gerente de Regulação e Controle Sanitário em Serviço de Saúde da Anvisa.
Ainda segundo a agência, não existem registros de outros casos semelhantes no País. “Nos documentos da agência, não existe nenhum registro de morte do tipo. Os exames de ressonância e tomografia nunca apresentaram nenhum risco”, disse.
Nesta quarta-feira (30), além de Maria Angela, outros dois técnicos estiveram em Campinas para dar suporte às investigações, que estão sob responsabilidade do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas.
Além de dar apoio às secretarias de Saúde municipal e estadual, a vinda da Anvisa a Campinas foi motivada pela gravidade do fato e pelo relacionamento estreito da agência com as indústrias e laboratórios dos produtos envolvidos na investigação.
“Tudo está sendo rigorosamente investigado. Realizamos junto com os órgãos já envolvidos uma vistoria completa na unidade. Recolhemos tudo que possa ajudar nas investigações”, disse Maria Angela. Todo o material usado na sala do exame, como luvas, agulhas, seringas, soros e contrastes, foi apreendido pela Vigilância Sanitária e encaminhado para análise junto ao Instituto Adolfo Lutz. Caberá ao instituto descobrir se o material estava contaminado com bactérias, fungos ou outras substâncias.
Polícia
Nesta quarta-feira (30), cinco funcionários do setor de ressonância do Vera Cruz prestaram depoimento à Polícia Civil e relataram detalhes sobre todo o procedimento. Entre eles, estão profissionais de radiologia e enfermagem.
Segundo o advogado do hospital, Ralph Tórtima Stenttinger, os funcionários também estão assustados, já que nos depoimentos afirmaram que não fazem ideia do que teria ocorrido. “Até agora, nada indica erro humano.”