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Amparo: prefeito dá aval à obra de represa

O prefeito de Amparo, Luiz Jacob (PSDB), disse ontem que não vai atender o pedido da Câmara Municipal para embargar a construção da barragem

Maria Teresa Costa
22/02/2019 às 08:21.
Atualizado em 04/04/2022 às 23:36

O prefeito de Amparo, Luiz Jacob (PSDB), disse ontem que não vai atender o pedido da Câmara Municipal para embargar a construção de uma barragem no Rio Camanducaia. “Não posso pensar pequeno. Esse reservatório, junto com o que será construído em Pedreira, no Rio Jaguari, vai garantir a segurança hídrica para uma população de mais de 5 milhões de pessoas na região de Campinas.”, afirmou Ele disse que desde o início das discussões para a busca de uma alternativa de garantia hídrica, que oferecesse a independência da região do Sistema Cantareira, tem acompanhado diretamente o projeto, as audiências públicas que foram realizadas e mantido contato com o Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee), responsável pela obra. “Tenho segurança para afirmar que a represa não trará riscos à cidade. Uma barragem de água é diferente de uma barragem de rejeitos, como a que provocou a tragédia em Brumadinho. Tanto a de Amparo quanto a de Pedreira terão planos de Segurança de Barragem e de Emergência. É uma exigência do licenciamento ambiental”, afirmou. Esses planos são exigidos pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), no licenciamento da operação da barragem, quando a obra estiver concluída e começar o armazenamento da água. A Câmara de Amparo, por unanimidade, aprovou essa semana requerimento ao prefeito para embargasse a obra até que os dois planos fossem apresentados à cidade. Em Pedreira, os vereadores também fizeram o pedido e foram atendidos pelo prefeito Hamilton Bernardes (PSB), que embargou a obra até que o Daee consiga convencer a população da segurança do empreendimento. Crise hídrica Em 2014, disse Jacob, a cidade enfrentou uma drástica crise hídrica, em função da seca prolongada que atingiu a região do Sistema Cantareira. “Ficamos sem água, o Camanducaia virou um córrego e empresas tiveram que parar a produção por dias seguidos. Sei o que é um prefeito não ter como garantir o abastecimento da população”, afirmou. Em 2014, disse, o prejuízo foi grande para Amparo. Ele afirmou que está acompanhando o projeto desde o início e tem a garantia do Estado sobre a segurança do empreendimento. “Não se pode fazer uso político da preocupação que a população sentiu após a tragédia de Brumadinho. A barragem daqui é diferente. Estou pensando na segurança de fornecimento de água para mais de 5 milhões de pessoas. Não estão se dando conta que se não tivermos como reservar, vai faltar água para a região”, comentou. Segundo o prefeito, a obra vai gerar 600 empregos diretos e 1,5 mil indiretos e mais de R$ 10 milhões em impostos para investimento em saúde, educação, segurança de Amparo, além de garantir água. Vereador Segundo o vereador Gilberto Piassa Filho (PTB), um dos autores do requerimento, pelo menos 5 mil pessoas, de bairros que estão a montante da área da barragem, poderão ser atingidas em um eventual rompimento do futuro reservatório. A maior parte da cidade, no entanto, fica a jusante da área, diferente de Pedreira. Lá, o bairro mais próximo fica a 2,5 quilômetros do futuro reservatório e seria inundado num eventual acidente. No Rio Jaguari há uma hidrelétrica que, segundo moradores, quando chove demais e o reservatório precisa ser descarregado, a região central de Pedreira inunda.

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