Policiais de Campinas deixam de participar do ato pela primeira vez para reforçar efetivo nas ruas
Ao todo cerca de 800 soldados da PM foram escalados para ficar de prontidão na área central de Campinas, onde os atos irão ocorrer ( Cedoc/RAC)
A Polícia Militar (PM) de Campinas está fora do desfile em comemoração a Independência do Brasil no próximo sábado, dia 7 de setembro. É a primeira vez na história do município que a corporação irá se ausentar do ato cívico, devido à ameaça de uma grande manifestação durante o evento. A Prefeitura e o Exército já foram comunicados da ausência.Segundo a polícia, cerca de 40 mil pessoas confirmaram participação em um protesto que ocorrerá simultaneamente ao desfile em uma rede social. A PM reforçará o efetivo nas ruas e ficará voltada para acompanhar e conter possíveis excessos.A preocupação da PM é de que novos atos de vandalismo, como os que ocorreram nos meses de junho e julho, voltem a acontecer. Na época, vândalos infiltrados nas manifestações pacíficas destruíram e saquearam lojas, supermercados, bancos e depredaram o prédio da Prefeitura. No mês passado, durante um outro protesto, a Câmara Municipal foi invadida por manifestantes que pediam melhorias no transporte. Um grupo, porém, quebrou mobília e objetos e pichou paredes do prédio.Uma onda de protestos no 7 de Setembro, data da independência do Brasil, está sendo organizada por todo o País. Nas redes sociais, grupos estão chamando as pessoas para voltarem às ruas e protestar.ConcentraçãoAo todo cerca de 800 soldados da PM foram escalados para ficar de prontidão na área central de Campinas, onde os atos irão ocorrer. Nesta quarta-feira (4), uma reunião entre batalhões definirá um mapa de atuação da polícia no Centro.“Teve uma orientação do Comando Geral sobre as manifestações e cada município teve autonomia para decidir se iria desfilar ou reforçar o patrulhamento. No caso de Campinas, nosso serviço de inteligência constatou um grande movimento para manifestações na data, e somado a isso, tivemos problemas de excesso nos últimos protestos”, afirmou o coronel Carlos de Carvalho Junior, comandante do Policiamento do Interior 2 (CPI-2). A intenção, segundo o coronel, é evitar exageros. “Queremos manter a ordem e dar segurança para as pessoas que forem ao desfile. Por isso estamos com esse contingente de policiais.”Nos anos anteriores cerca de 300 policiais militares participaram do desfile, com grupos a pé, banda da polícia, cavalaria e motorizados. GMA Guarda Municipal (GM) também convocou cerca de 300 agentes para atuar no dia do desfile. Uma parte apoiará a PM na segurança das ruas e entorno e, outra menor, participará do desfile.Segundo estimativa da Prefeitura, cerca de 20 mil pessoas devem assistir o evento, marcado para começar às 8h, na Avenida Francisco Glicério. Irão desfilar grupamentos do Exército, GM, Corpo de Bombeiros, Samu, Sanasa, Emdec, além de alunos das escolas públicas e entidades representando a sociedade civil.O prefeito Jonas Donizette (PSB), ao lado de um comandante do Exército, desfilará na avenida em um veículo blindando. Na sequência irá começar o desfile militar. A segunda parte terá início às 10h, com o desfile das escolas públicas.EscoteirosCom medo de possíveis atos de vandalismo durante o desfile, os Escoteiros de Campinas não participarão do evento. “É muito triste afirmar isso, mas foi o que decidimos junto com os pais das crianças. Elas estão muito tristes e lamentam o fato”, afirmou o diretor do 19º Distrito de Escoteiros da cidade, Pedro Paulo Carmin de Oliveira. Cerca de 400 crianças e adolescentes com idades entre 7 e 18 anos participariam do desfile deste ano.