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Ameaça de protestos tira PM dos desfiles de 7 de Setembro

Policiais de Campinas deixam de participar do ato pela primeira vez para reforçar efetivo nas ruas

Luciana Félix
04/09/2013 às 08:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 23:52
Ao todo cerca de 800 soldados da PM foram escalados para ficar de prontidão na área central de Campinas, onde os atos irão ocorrer ( Cedoc/RAC)

Ao todo cerca de 800 soldados da PM foram escalados para ficar de prontidão na área central de Campinas, onde os atos irão ocorrer ( Cedoc/RAC)

A Polícia Militar (PM) de Campinas está fora do desfile em comemoração a Independência do Brasil no próximo sábado, dia 7 de setembro. É a primeira vez na história do município que a corporação irá se ausentar do ato cívico, devido à ameaça de uma grande manifestação durante o evento. A Prefeitura e o Exército já foram comunicados da ausência.Segundo a polícia, cerca de 40 mil pessoas confirmaram participação em um protesto que ocorrerá simultaneamente ao desfile em uma rede social. A PM reforçará o efetivo nas ruas e ficará voltada para acompanhar e conter possíveis excessos.A preocupação da PM é de que novos atos de vandalismo, como os que ocorreram nos meses de junho e julho, voltem a acontecer. Na época, vândalos infiltrados nas manifestações pacíficas destruíram e saquearam lojas, supermercados, bancos e depredaram o prédio da Prefeitura. No mês passado, durante um outro protesto, a Câmara Municipal foi invadida por manifestantes que pediam melhorias no transporte. Um grupo, porém, quebrou mobília e objetos e pichou paredes do prédio.Uma onda de protestos no 7 de Setembro, data da independência do Brasil, está sendo organizada por todo o País. Nas redes sociais, grupos estão chamando as pessoas para voltarem às ruas e protestar.ConcentraçãoAo todo cerca de 800 soldados da PM foram escalados para ficar de prontidão na área central de Campinas, onde os atos irão ocorrer. Nesta quarta-feira (4), uma reunião entre batalhões definirá um mapa de atuação da polícia no Centro.“Teve uma orientação do Comando Geral sobre as manifestações e cada município teve autonomia para decidir se iria desfilar ou reforçar o patrulhamento. No caso de Campinas, nosso serviço de inteligência constatou um grande movimento para manifestações na data, e somado a isso, tivemos problemas de excesso nos últimos protestos”, afirmou o coronel Carlos de Carvalho Junior, comandante do Policiamento do Interior 2 (CPI-2). A intenção, segundo o coronel, é evitar exageros. “Queremos manter a ordem e dar segurança para as pessoas que forem ao desfile. Por isso estamos com esse contingente de policiais.”Nos anos anteriores cerca de 300 policiais militares participaram do desfile, com grupos a pé, banda da polícia, cavalaria e motorizados. GMA Guarda Municipal (GM) também convocou cerca de 300 agentes para atuar no dia do desfile. Uma parte apoiará a PM na segurança das ruas e entorno e, outra menor, participará do desfile.Segundo estimativa da Prefeitura, cerca de 20 mil pessoas devem assistir o evento, marcado para começar às 8h, na Avenida Francisco Glicério. Irão desfilar grupamentos do Exército, GM, Corpo de Bombeiros, Samu, Sanasa, Emdec, além de alunos das escolas públicas e entidades representando a sociedade civil.O prefeito Jonas Donizette (PSB), ao lado de um comandante do Exército, desfilará na avenida em um veículo blindando. Na sequência irá começar o desfile militar. A segunda parte terá início às 10h, com o desfile das escolas públicas.EscoteirosCom medo de possíveis atos de vandalismo durante o desfile, os Escoteiros de Campinas não participarão do evento. “É muito triste afirmar isso, mas foi o que decidimos junto com os pais das crianças. Elas estão muito tristes e lamentam o fato”, afirmou o diretor do 19º Distrito de Escoteiros da cidade, Pedro Paulo Carmin de Oliveira. Cerca de 400 crianças e adolescentes com idades entre 7 e 18 anos participariam do desfile deste ano.

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