NA FAIXA

Ambulatório móvel prevê atender 24 mil cães e gatos

Lei que institui o serviço gratuito foi sancionado ontem pelo prefeito Dário

Do Correio Popular
08/04/2022 às 09:50.
Atualizado em 08/04/2022 às 09:50
Prefeito Dário durante o anúncio sobre a sanção da lei que institui a implantação de dois ambulatórios veterinários móveis em Campinas (Diogo Zacarias)

Prefeito Dário durante o anúncio sobre a sanção da lei que institui a implantação de dois ambulatórios veterinários móveis em Campinas (Diogo Zacarias)

A implantação de dois Ambulatórios Veterinário Móveis para ofertar serviços gratuitos a cães e gatos começa a se tornar uma realidade em Campinas. O prefeito Dário Saadi (Republicanos) sancionou ontem a lei que institui o serviço no município. A expectativa agora é em relação ao início dos trabalhos, que ainda não tem prazo definido. O programa estima realizar de forma descentralizada cerca de 24 mil atendimentos por ano. 

O projeto de lei, de autoria do vereador Permínio Monteiro (PSB), descreve que um ônibus ou micro-ônibus adaptado para finalidades médicas percorra bairros mediante agendamentos e realize todos os atendimentos iniciais aos animais. 

A proposta do ambulatório móvel é a de contemplar todas as localidades do município, conforme a demanda de cada região, em especial as áreas da periferia. A previsão orçamentária para viabilizar a política pública voltada ao bem-estar animal é de cerca de R$ 2 milhões por ano. 

As despesas decorrentes da execução da lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas quando necessário, define o texto do programa. 

Segundo informações da Prefeitura, o programa ainda está em fase de formatação, entretanto, a intenção é a de colocá-lo nas ruas o mais breve possível. “Estamos pensando em iniciar o programa com dois ambulatórios. Hoje (ontem) criamos o programa, e já estamos em andamento com o processo licitatório, que logo deverá ser publicado. Estamos na fase de estimativa de 24 mil consultas no ano, mas isso também está sendo formatado. Em breve anunciaremos a publicação do edital”, garantiu o prefeito Dário Saadi. 

Os serviços oferecidos estão sendo estabelecidos em conjunto com o Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal, ligado a Secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, e vão contemplar consultas, vacinação, vermifugação, tratamentos preventivos, procedimentos como implantação de microchip nos animais, além de orientação aos proprietários sobre os cuidados básicos. 

Em casos de problemas de saúde mais complexos, que demandem atendimento especializado ou de serviço não oferecido na unidade móvel, o ambulatório veterinário terá também a finalidade de orientar o proprietário do animal sobre o tratamento necessário e onde ele poderá ser realizado. 

A Administração municipal não informou um prazo para que o programa efetivamente comece a realizar os atendimentos. Conforme Wagner Melini, diretor do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal, tudo vai depender da velocidade com que se processarão as etapas do processo licitatório. “Óbvio que a gente está ansioso para que o projeto seja logo colocado nas ruas e à disposição da população”, disse Melini. 

Segundo o diretor, a partir da implantação efetiva do programa, a expectativa é a de que a cidade consiga reduzir em até 80% os casos de doenças leves em cães e gatos com o atendimento inicial. “Esse trabalho é preventivo e realmente efetivo para que seja evitado que o animal fique doente. Se a gente conseguir realizar os cuidados básicos, é possível evitar que doenças simples e comuns avancem e gerem mais custos aos munícipes”, justificou. 

Maus-tratos 

Campinas registrou no ano passado 2.824 denúncias de maus-tratos a animais, as quais geraram fiscalizações, aponta um levantamento realizado pela Prefeitura de Campinas. Em média, foram 235 ocorrências por mês. Os dados fazem parte de um balanço divulgado pelo Departamento de Proteção e Bem Estar Animal, ligado à Secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. 

Para a presidente do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais, Maria José de Mattos, o número é considerado alto, porém, está relacionado à questão da pandemia e o agravamento da situação econômica e social na cidade. “Com a pandemia e a crise econômica, muitas pessoas não tiveram condições de arcar com os custos de seus animais. Então, houve sim um agravamento de casos de abandono de animais, que é considerado maus-tratos”, explicou. 

Ela acredita que, com a instituição do programa e o trabalho de conscientização que o acompanhará, os números possam, a longo prazo, ser reduzidos. ”É um avanço para a cidade o ambulatório móvel. Mas a questão dos maus-tratos está muito ligada ao abandono dos bichos. É preciso que a população entenda como proceder para evitar que a situação chegue ao ponto de se ter que abandonar o animal”, disse.

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