Campineiro começa a entrar no clima de forma tímida; verde-e-amarelo aparece aos poucos
Ambulante com varal repleto de camisas e acessórios para a Copa do Mundo na Avenida Plínio Pereira Neves no bairro Jardim Leonor, em Campinas (Leandro Ferreira/AAN)
O campineiro começa, aos poucos, a entrar no clima da Copa do Mundo. Se nas vésperas da competição a cidade nem parecia aguardar com ansiedade pelo Mundial como em outras edições, ontem os varais, barracas desmontáveis e banquinhos com comercialização de camisas piratas, bandeiras, chapéus e cornetas enfim receberam bom movimento de torcedores dispostos a vestir as cores verde-e-amarela a partir de domingo, quando o Brasil estreia no Mundial. De acordo com a Serviços Técnicos Gerais (Setec), até quarta-feira, véspera da abertura da Copa, apenas 17 autorizações haviam sido concedidas para ambulantes venderem produtos alusivos ao torneio em esquinas e canteiros centrais de Campinas. Ontem, o número de solicitações subiu para 59. Durante a Copa de 2014, a primeira em que a Setec regulou os vendedores de camisas e bandeiras, foram 246 autorizações concedidas ao longo de todo o torneio. Até o Mundial de 2010, havia apenas fiscalizações por parte da Prefeitura, mas sem obrigatoriedade de pagamento de taxa para uso de espaço público. Em 2014, a Setec cobrou R$ 150 pela diária de cada vendedor ambulante. Neste ano, o valor subiu para R$ 200, o que inibiu, até o momento, os anseios dos comerciantes, até porque pesquisa do Datafolha mostrou que o desinteresse dos brasileiros pela Copa é recorde nesta edição, atingindo 53% da população. Um dos poucos que resolveu montar seu varal com antecedência para vender camisas piratas do Brasil, das mais simples às réplicas da original, foi André Luiz Couto, que desde o começo do mês escolheu alguns dias para "marcar ponto" na Avenida Princesa d'Oeste e chamar a atenção dos torcedores. "O movimento estava fraco, mas resolvi vender antes para mostrar para o pessoal de Campinas onde ia ser um dos pontos quando começasse a Copa. Hoje (ontem) já aqueceu o movimento, o pessoal já está conhecendo as mercadorias e comprando", conta o vendedor, que tirou férias da empresa onde trabalha para tentar um dinheiro extra durante a Copa, que ele espera que seja melhor que a última. "Depois daquele 7 a 1 (derrota do Brasil para a Alemanha na semifinal) foi meio difícil, voltei embora pra casa com muita mercadoria. Agora trouxe elas de volta, junto com outras novas, e vamos torcer para o Brasil chegar até a final, porque aí é certeza que vamos vender mais", diz. De acordo com os ambulantes procurados pela reportagem, as camisas mais procuradas são as do Brasil, com os nomes de Neymar e Gabriel Jesus nas costas. Em alguns varais, podem ser encontrados uniformes de outras seleções, como Portugal, do craque Cristiano Ronaldo, e Argentina, de Messi. Bandeiras do Brasil com o escudo de clubes do Estado no centro, como Corinthians, Guarani, Palmeiras, Ponte Preta, São Paulo e Santos, também têm tido boa procura. Para facilitar a vida dos consumidores dispostos a entrar no clima da Copa, a grande maioria dos vendedores já porta máquina de cartões para aceitar débito ou crédito como opção de pagamento ao invés do dinheiro. Pessimismo Se o comércio informal começa a ver a Copa com bons olhos, o varejo em geral ainda mantém o pessimismo com o Mundial. De acordo com levantamento da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), as lojas e shoppings devem movimentar, durante o torneio, R$ 75 milhões na Região Metropolitana de Campinas (RMC), metade do montante contabilizado na Copa de 2014.