Dos 12 veículos de suporte básico do serviço de atendimento móvel, apenas três estão nas ruas
Segundo a Prefeitura, um novo contrato para reparo nos veículos está em processo licitatório e os consertos são feitos em esquema de revezamentor (Leandro Ferreira/AAN)
Das 12 ambulâncias de suporte básico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Campinas, apenas três estão funcionando, segundo uma funcionária do órgão que não quis se identificar. De acordo com ela, os outros três veículos que compõem a frota e que são de suporte avançado continuam rodando. O problema já foi noticiado pelo Correio Popular há cerca de um ano, quando das 11 ambulâncias básicas, sete estavam paradas, em manutenção. Na segunda-feira, o vereador Cidão Santos (Pros) protocolou uma representação no Ministério Público (MP) para que seja feita uma investigação sobre a falta de viaturas de socorro do Samu na cidade. De acordo com ele, a decisão de procurar o MP foi motivada pela falta de providências por parte da Prefeitura. “Alguns munícipes me procuraram para falar sobre esse problema e relataram espera de até quatro horas para serem atendidos pelo Samu. Esse problema se agrava durante a noite e aos finais de semana, quando acontecem mais acidentes. É extremamente preocupante que uma cidade com a quantidade de habitantes que Campinas tem fique com poucas ambulâncias. É colocar vidas em risco”, afirmou. De acordo com a portaria do Ministério da Saúde que institui o Samu, o número de ambulâncias é calculado com base na quantidade de habitantes do município. No caso de Campinas, o site da Prefeitura informa que a cidade conta com 15 carros, 12 viaturas básicas e três avançadas, estando de acordo com a determinação. Apesar de a Prefeitura ter informado, por meio de nota, que ontem a cidade contava com 12 viaturas em operação, entre básicas e avançadas, funcionários relataram que o número não corresponde com a realidade. Segundo uma servidora do Samu, os três carros equipados para ocorrências mais graves estão funcionando, mas dos outros 12, apenas três estão indo às ruas socorrer a população. A equipe de reportagem do Correio contabilizou na tarde de ontem uma viatura parada no pátio da base central do Samu, no bairro Vila João Jorge, seis em uma oficina e outras duas sendo consertadas em outra mecânica, totalizando nove carros que estão sem prestar atendimento. “O atendimento à população continua garantido e nenhuma urgência deixou de ser atendida”, informou a Prefeitura. A nota da Administração cita ainda que uma licitação está em andamento para a compra de mais sete ambulâncias, que devem entrar em operação ainda no primeiro semestre deste ano. Um novo contrato para reparo nos veículos está em processo licitatório, e sobre as viaturas que estão em manutenção a Prefeitura informou que diariamente elas retornam à base do Samu, e que os consertos são feitos em esquema de revezamento. O Corpo de Bombeiros da cidade foi contatado para informar se houve aumento nos atendimentos de ocorrências feitos pela corporação devido ao déficit de ambulâncias do Samu, mas até o fechamento desta edição, não houve resposta. “Motolâncias” Já as cinco “motolâncias” que deveriam estar funcionando pelo Samu estão paradas desde 2014, quando houve concurso público para seleção de enfermeiros-pilotos para dirigir os veículos. As motocicletas seriam acionadas em casos como paradas cardiorrespiratórias, quedas de andaimes, fraturas expostas e ainda auxiliam no isolamento de áreas em que ocorreram acidentes. A Prefeitura foi questionada sobre quando as motolâncias devem começar a operar, mas a resposta dada é de que o concurso para a escolha dos profissionais “é valido até dezembro deste ano e os candidatos aprovados serão chamados oportunamente, uma vez que a Secretaria de Saúde priorizou a contratação de equipes de enfermagem para toda a rede”.