EM AMERICANA

Alunos fazem máscaras para doação

Produção dos estudantes do curso de Moda do Unisal visa atender a população mais vulnerável

Francisco Lima Neto
26/04/2020 às 10:47.
Atualizado em 29/03/2022 às 12:51

Os alunos do curso de Moda, do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal), em Americana, estão produzindo máscaras de proteção para serem doadas à população em situação de vulnerabilidade em Americana e Santa Bárbara d’Oeste, como contribuição às medidas de enfrentamento à pandemia da Covid-19. Além disso, 250 unidades serão destinadas exclusivamente à Polícia Militar e Guarda Civil das duas cidades. As peças são confeccionadas nos laboratórios da instituição, seguindo os parâmetros do Ministério da Saúde e cumprindo todas as medidas sanitárias para a segurança dos envolvidos na ação. Parte delas tem um toque fashion. A produção acontece das 14h às 17h. A cada seção, são confeccionadas cerca de 150 unidades. Para evitar aglomerações, são utilizadas apenas 15 máquinas por período, colocadas a distância mínima de 2m entre elas. São disponibilizados também álcool em gel e máscaras aos participantes. “O momento pelo qual passamos exige ações de todas as áreas”, explica o diretor de operações do Unisal Americana, Marcelo Augusto Scudeler. “Com essa iniciativa, além de ajudar na contenção da transmissão do vírus, mantemos fiel nosso compromisso salesiano com a solidariedade e a caridade. Tudo isso com atividades relacionadas à área para qual os alunos estão se formando, o que demonstra uma preocupação humanística e cristã”, completa Scudeler Para desenvolver a atividade, o Unisal está fornecendo parte dos insumos, mas busca também parcerias para ampliar a quantidade que pode ser produzida. Para isso, está promovendo a arrecadação de tecidos e elásticos. As máscaras são confeccionadas, de acordo com nota informativa do Ministério da Saúde, com materiais que garantam a prevenção, como algodão, cotton (composto por 55% de poliéster e 45% de algodão) e TNT. Para informações e doações, o contato é [email protected]. Universidades reforçam importância do isolamento Em meio aos desafios e hipóteses que ainda cercam a pandemia de Covid-19, o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) reforça que o isolamento social rigoroso é a ação mais eficaz para evitar a rápida disseminação da doença e o consequente colapso do sistema público de saúde.Em nota, o Cruesp enfatiza a importância do isolamento e manifesta preocupação diante das pressões pelo afrouxamento "precoce" da medida. "Quando ocorrer, este deverá basear-se em critérios objetivos e ser posto em prática de forma planejada e cautelosa, com acompanhamento contínuo e manutenção das recomendações para que a população use máscaras e evite aglomerações", traz trecho da nota.Segundo o Cruesp, o descrédito de alguns segmentos da sociedade na eficácia do isolamento social fundamenta-se em uma oposição fantasiosa entre desempenho da economia e proteção da saúde pública, alimentada por notícias falsas com viés ideológico. "Trata-se de uma visão equivocada, que ignora o fato de que é impossível haver crescimento econômico em um contexto prolongado de epidemia, falta de assistência e crise nos hospitais", afirma.Para os reitores, a correlação entre isolamento social e paralisação total do País também é incorreta. "Embora a quarentena de fato afete alguns setores de modo bastante incisivo — para os quais são necessárias políticas públicas urgentes e ações de apoio por parte da sociedade civil —, este pode ser, para outros, um momento de plena produtividade e inovação", explica.Nas três universidades paulistas — Unesp, Unicamp e USP —, grupos de pesquisa esforçam-se para encontrar formas de combater a Covid-19, enquanto os alunos dão continuidade aos estudos com o auxílio de tecnologias de comunicação remota. Seus hospitais, localizados na Capital e no Interior, prestam atendimento exclusivo pelo SUS a uma parcela significativa da população do Estado e são referência no tratamento de pacientes infectados com o novo coronavírus.Contribuição "A maior contribuição que as três universidades paulistas podem dar contra esta pandemia e outros males contemporâneos é a produção de conhecimento científico, o qual deve ser sempre o único a embasar a elaboração e justificar a adoção ou o cancelamento de políticas públicas como a que determina, por ora, o necessário isolamento social da população", conclui a nota.

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