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Alunos fazem 'caçada do bem' em área verde

O alvo foram as aves que disseminam sementes e contribuem para a recuperação ambiental daquela gleba, remanescente da Mata da Fazenda Santa Elisa

Carlos Lemes
05/07/2017 às 19:45.
Atualizado em 22/04/2022 às 18:55
O alvo foram as aves que disseminam sementes e contribuem para a recuperação ambiental daquela gleba, remanescente da Mata da Fazenda Santa Elisa (Patrícia Domingos/AAN)

O alvo foram as aves que disseminam sementes e contribuem para a recuperação ambiental daquela gleba, remanescente da Mata da Fazenda Santa Elisa (Patrícia Domingos/AAN)

“Armados" apenas com as câmeras dos celulares, alunos da Escola Técnica Estadual Conselheiro Antonio Prado (Etecap), de Campinas, praticaram uma caçada do bem nos 150 mil metros quadrados da área verde do estabelecimento. O alvo foram as aves que disseminam sementes e contribuem para a recuperação ambiental daquela gleba, remanescente da Mata da Fazenda Santa Elisa. O censo, coordenado pela bióloga e professora da disciplina de manejo e recuperação vegetal, Márcia Moreno, conseguiu, em dois meses de observação, registrar cerca de 30 espécies de aves, como joão-de- barro, sabiás, rolinhas, pombos silvestres, tucano, gaviões, tico-tico, sanhaço, cardeal, bem-te-vi, beija-flor-tesoura, rouxinol-de-encontro-amarelo, sanhaço-cinzento, anu-branco etc. Participaram do trabalho 35 estudantes do último ano, que recorreram também ao banco de espécies do programa Terra da Gente, da Rede Globo. “Nossa atenção maior foi com plantas frutíferas, que com as aves, completam o ciclo de disseminação de sementes”, ressaltou a bióloga. Originalmente, aquela área verde era bem coberta de pitangueiras, pés de acerola e mangueiras, além de pata-de-vaca (que tem fortes propriedades medicinais, como no tratamento de diabetes) e espécies de grande porte, como ipês e paineiras. “Ao fim da fase de observação e registro das aves, os alunos já partiram para o plantio de mudas, como forma de acelerar o processo de recuperação”, contou a professora. Márcia lembrou que todo o projeto será usado, no segundo semestre, para a montagem de um catálogo. Na avaliação dela, quanto melhor tudo ficar documentado, mais possível se tornam parcerias com potencial para ampliar a proposta. Entusiasmo Os estudantes que participaram demonstram o quanto ficaram entusiasmados com a experiência. “Minha percepção da natureza ganhou muito. Apesar de passarmos anos em meio aos pássaros aqui do campus, eu sempre achava que 'passarinho é tudo igual'. Agora, aprendi a prestar mais atenção e a dar valor à contribuição que cada espécie pode dar ao meio ambiente”, declarou Alfredo Coluce Mizuta, de 17 anos. Ana Carolina Gonçalves dos Santos, de 16 anos, afirmou que os meses nos quais se embrenhou na área verde da Etecap com os colegas “mudaram radicalmente minha forma de encarar o mundo, pois mostraram que o equilíbrio natural só é possível com o inter-relacionamento das espécies vivas”. “No começo, confesso que até achei a ideia meio esquisita: 'como assim, ficar observando pássaros?'. Mas logo me toquei da seriedade do projeto e tenho a certeza de que adquiri um aprendizado que ficará pra sempre”, afirmou Débora Braatz Rodrigues, de 17 anos.

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