Estudantes embarcam para a cidade americana de Houston no mês de abril
Alunos do Sesi Indaiatuba estão otimistas em desenvolver a melhor estratégia para vencer no exterior (Rodrigo Zanotto)
Alunos do Sesi Indaiatuba venceram uma competição nacional de robótica realizada entre os dias 16 e 18 de março, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília e se preparam para disputar um torneio internacional em Houston, nos Estados Unidos. O grupo é formado por 18 integrantes entre meninos e meninas, com idades entre 14 e 17 anos, que estudam na instituição e participam de atividades de robótica. Em Brasília, o grupo não acreditou ao ser anunciado como campeão entre os mais de 40 participantes.
O torneio ‘First’ no Brasil contou com 45 equipes participantes, com cerca de 3 mil alunos, que vieram de diversos estados brasileiros e de alguns países sul-americanos, como a Bolívia.
Os estudantes indaiatubanos integraram uma das seis equipes do Estado de São Paulo e foram avaliados por 20 jurados, que analisaram indicadores ‘extra robóticos’.
Eles se destacaram ao apresentar um robô estratégico, capaz de realizar as atividades propostas pela organização do torneio e de impedir uma atuação de alta performance por parte dos demais competidores.
Orgulhosa, a jovem Bianca Favini, de 16 anos, conta que a interdisciplinaridade foi fator primordial para conferir a honraria de campeão ao grupo. “Nós tivemos que desenvolver muito além de um robô. Os jurados estavam interessados em um projeto empresarial, que apresentasse todos os atributos de uma empresa. Além do robô, fomos avaliados por critérios como empreendedorismo, serviço social, marketing e motivação à robótica”, conta.
Os ‘jovens engenheiros’ criaram um robô cuja forma remete a uma empilhadeira. A base do aparelho era a mesma para todos os competidores e os inventores tiveram liberdade para construírem a estrutura mais adequada para realizar o objetivo proposto.
“Os robôs participantes tinham que coletar objetos, como cones e dados, da arena onde acontecia a competição. O que coletasse os objetos mais rápido vencia. “Muitas equipes fizeram robôs velozes, que realizavam a atividade muito rápido, mas nós pensamos em nos defender, em atrapalhar a alta performance dos demais”, conta Marcius Ribeiro, mentor do Sesi que liderou a equipe em Brasília.
Organização
Para se destacar nas demais avaliações, o grupo designou parte dos membros para promoção e marketing do projeto. Um deles é o estudante Henrique Eduardo Cavinagui, de 16 anos. “Nós temos que promover a imagem da equipe nas redes sociais, vender a ideia, buscar patrocinadores”, salienta sobre a missão. Na questão do serviço social, por exemplo, os jovens criaram milhares de pequenos robôs, que reagem a estímulos simples e de modo fácil. Os aparelhos foram distribuídos em colégios públicos de Indaiatuba, como forma de incentivar o interesse dos alunos pela robótica.
Henrique ressalta que o conhecimento em robótica não resume a missão do grupo, que tenta influenciar os alunos a manterem um bom desempenho na escola, promover o desenvolvimento pessoal e coletivo. Ele mesmo nem tem pretensão de ser engenheiro: “eu quero ser perito criminal, mas estar envolvido com a robótica me motiva a procurar soluções tecnológicas dentro da área que quero seguir e consequentemente resolver os crimes mais rápido” conta.
Rotina diária
A rotina dos jovens é pesada. Além de integrarem o projeto de robótica e os estudos no ensino médio, eles ainda cursam capacitações no Senai. Henrique, por exemplo, faz sistemas renováveis, e a agenda custa quase 12 horas diárias de dedicação.
Para quebrar o clima de tensão consequente de tantas horas de dedicação, o mentor explica que a instituição tenta promover o conforto de uma família. “Nós realizamos programas juntos, compramos sorvetes, brincamos e nos distraímos”, conta Marcius.
Os estudantes devem embarcar para os EUA no dia 16 de abril. O torneio acontece no dia 20. O grupo é composto por 18 estudantes, mas só 10 vão à competição. “Ganhar essa competição seria um sonho; nos daria a oportunidade de conseguir novos patrocínios, de influenciar os jovens a se envolverem com a robótica”, diz Marcius. “Nós gritamos e choramos muito em Brasília. Agora, em Houston, as expectativas estão lá em cima. Vamos dar o nosso melhor, desenvolver a melhor estratégia” complementa Henrique