No caso simulado, uma menina é acusada de esfaquear um colega, no que parece ser uma reação ao bullying
Alunos do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Notre Dame durante a simulação de um julgamento de caso de bullying na Câmara dos Vereadores de Campinas (Leandro Ferreira/AAN)
Cerca de 90 estudantes do segundo ano do Ensino Médio do Colégio Notre Dame de Campinas realizaram na terça-feira (9), no Plenário da Câmara Municipal, uma simulação de julgamento. No evento, chamado de Role-Playing Game (RPG), os alunos reproduziram o ambiente de um júri popular — que reúne advogados de defesa, promotoria, jurados e juiz — e decidiram sobre responsabilização em um episódio de bullying e violência escolar. No caso simulado, uma menina é acusada de esfaquear um colega, no que parece ser uma reação ao bullying. O RPG é um jogo de interpretações pelo qual os alunos, após estudos e reflexões sobre um tema, defendem um determinado ponto de vista. A prática teve início no Notre Dame em 2005 e, desde então, os estudantes se debruçam sobre um tema considerado polêmico. Já discutiram, por exemplo, a internacionalização da Amazônia, eleições, cotas raciais, redução da maioridade penal, e a realização de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Segundo o professor Victor Rysovas, um dos coordenadores do projeto, o principal objetivo é desenvolver com os alunos diversas habilidades ligadas ao planejamento, a organização de eventos e sobretudo a pesquisa e a produção de conhecimentos. “Eles foram orientados ao longo de dois meses desenvolvendo pesquisas com alunos de Direito da PUC-Campinas e tiveram todo tipo de assessoria nas questões jurídicas que o jogo exige”, disse. Além disso, o projeto coloca em prática competências valorizadas pelo colégio, como o direito de debater e falar em público, trabalho em equipe e a prática da escrita de redações. Auxilia, ainda, na organização e responsabilidade individual, além de ajudar o aluno em sua formação profissional. “Este é o nono ano do evento e a prática não tem caráter competitivo, é puramente pedagógico”, disse. Os alunos são separados em grupos, e as funções escolhidas de acordo com as habilidades de cada um ou com as projeções de um futuro profissional.Assim, haverá um grupo para cuidar, por exemplo, da infraestrutura necessária para o evento, outro grupo vai se encarregar da logística, outro da divulgação e assim por diante.