OTIMISMO

Alta de vendas e queda de inadimplência animam

Números trazem novo ânimo ao comércio no início de ano e surgem como prenúncio de recuperação do varejo em 2018

Maria Teresa Costa
07/02/2018 às 10:15.
Atualizado em 22/04/2022 às 13:23
Movimento em avenida do Centro de Campinas: vendas em janeiro foram 3,94% maiores que em 2017 (Leandro Ferreira/AAN)

Movimento em avenida do Centro de Campinas: vendas em janeiro foram 3,94% maiores que em 2017 (Leandro Ferreira/AAN)

O volume de vendas no varejo de Campinas cresceu 3,94% em janeiro na comparação com igual mês de 2017 e as vendas no crediário subiram 8,6%, gerando um crescimento de 6,6% no faturamento do comércio, que ficou em R$ 1,03 bilhão. A inadimplência no período caiu 4,31%. Os números, puxados pelas vendas de turismo, vestuário, produtos farmacêuticos e material escolar, trazem novo ânimo ao comércio de Campinas nesse início de ano e surgem como prenúncio de recuperação do varejo em 2018. O mesmo comportamento se repetiu na Região Metropolitana de Campinas (RMC). “É um crescimento surpreendente para janeiro, mês em que tradicionalmente as vendas caem, por causa do alto consumo no período do Natal”, disse o economista da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), Laerte Martins, que divulgou ontem o comportamento das vendas em janeiro. Na comparação com dezembro, elas tiveram redução de 62,48%, justamente pela característica do mês - as vendas de Natal são sempre as maiores de todo o ano. Dois componentes pesam nos números da economia local, segundo Martins. O mais importante foi a redução das taxas de juros, que estão em 7%, a menor dos últimos dez anos dentro do período que a entidade acompanha. Isso se refletiu no aumento do crediário, enquanto as vendas a vista caíram 0,68%. “Com juros mais baixos, o consumidor pode parcelar suas compras e ainda conseguiu pagar dívidas anteriores”, afirmou. A inadimplência, em janeiro, caiu 4,31% - de 18.290 registros em janeiro de 2017 para 17.502 no mês passado. Outro motivador de vendas foram as liquidações tradicionais que ocorrem no mês, para queima de estoque. Neste ano, os descontos, segundo o economista, foram robustos, com lojas vendendo entre 30% a 80% abaixo dos preços de dezembro. “Isso faz girar a economia, aumenta as vendas e ajuda a dar novo ânimo no início do ano”, afirmou. As vendas de material escolar cresceram 2% em relação a janeiro de 2017 e houve um impacto de 6% do e-commerce sobre o total das vendas físicas Martins afirmou que o varejo espera que a taxa de juro cai mais, pelo menos para 6,5%, para que 2018 seja, de fato, um ano de retomada da economia. “O comércio alavanca a economia se vender mais, porque a indústria também produzirá mais, gerando empregos nas duas áreas”, disse. Os indicadores de confiança dos empresários e dos consumidores começam a indicar um crescimento constante nos seus respectivos números. Assim, as vendas de janeiro de 2018 movimentaram, em valores nominais, R$ 1.037,1 bi, cerca de 6,60% acima dos R$ 972,9 mi de janeiro de 2017. De acordo com a Acic, na RMC, os números projetados para as vendas do varejo em janeiro de 2018 registraram, também, uma expansão de 3,93% em relação a janeiro de 2017, atingindo uma arrecadação de R$ 2.469,4 bi acima dos R$ 2.316,4 de janeiro de 2017 em valores nominais. A inadimplência também apresentou, em janeiro de 2018, uma redução de 4,42% em relação a janeiro de 2017, com 41.671 carnês/boletos vencidos e não pagos há mais de 30 dias, representando R$ 30 milhões no endividamento dos consumidores da RMC.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por