MEMÓRIA

Almoço 'resgata' amigos do Culto

Evento pretende reunir ex-alunos, professores e funcionários da tradicional escola no dia 1º de setembro

Rogério Verzignasse
25/08/2018 às 19:41.
Atualizado em 22/04/2022 às 15:43
Fachada do colégio que faz 145 anos de existência (acima) e fotos antigas de alunos e professores : na preservação da memória da escola r
 (Cedoc/RAC)

Fachada do colégio que faz 145 anos de existência (acima) e fotos antigas de alunos e professores : na preservação da memória da escola r (Cedoc/RAC)

Um almoço festivo, comemorativo aos 145 anos do Colégio Culto à Ciência, deve reunir ex-alunos, professores e funcionários da escola no dia 1º de setembro. O evento é promovido por velhos amigos que — há 23 anos — se engajam em um movimento que busca o resgate da memória local e a preservação do patrimônio arquitetônico. Antes do almoço especial marcado na Fonte São Paulo, o grupo organizou encontros comemorativos em outras quatro oportunidades. O detalhe é que a Sociedade Amigos do Culto à Ciência nunca teve, e nem pretende ter, vínculo com a diretoria. Até meados da década passada, os velhos camaradas tinham, da administração, autorização para usar uma sala como sede. E só. Hoje, nem isso resta mais. Os idealizadores da causa se encontram na casa do professor João Tojal, veterano do Culto que, lá em 1995, os reuniu pela primeira vez. É nítido, para quem é de fora, a relação estremecida entre o velho grupo de amigos e a direção do colégio. Questões de ordem política e pessoais os afastaram na última década. Um prefere não falar do outro. E cada um organiza seus próprios eventos. Digamos que nem existe a distribuição cordial de convites entre as partes. Mas a festa marcada no Fonte, os membros da SACC confessam, talvez possa representar a “reaproximação” com a diretoria atual. “Talvez o evento nos reaproxime. Mas o mais importante é a chance de reativar o grupo, mobilizar novamente as pessoas que amam o Culto”, afirma o engenheiro Cláudio Stegun, membro da comissão organizadora do almoço. Ele espera lotar os 500 lugares disponibilizados pela Fonte São Paulo. Ex-alunos A Sociedade Amigos do Culto à Ciência (SACC) foi criada a partir de 1995, quando um grupo de ex-alunos se encontraram pela primeira vez para organizar um reencontro festivo. À frente da iniciativa estavam cidadãos como o professor João Tojal e o jornalista Moacyr Castro. O evento aconteceu, na época, no salão do próprio Fonte São Paulo, que era presidido na época por Cheda Name Júnior, que também tinha estudado no colégio. Naquele dia, compareceram ao encontro cerca de 250 ex-alunos, professores e funcionários das inesquecíveis turmas da década de 60. A sociedade foi instituída no ano seguinte. Em 98, o segundo reencontro já reuniu 2,5 mil pessoas no Ginásio da Unicamp. As festas se tornaram periódicas, o que fez nascer, entre os organizadores, a ideia de envolver ex-alunos e simpatizantes em ações que pudessem financiar obras de recuperação do prédio. Mas, apesar do engajamento dos participantes ao grupo, a própria direção do colégio, que nunca teve vínculo com a SACC, conseguiu junto ao governo estadual uma reforma gigantesca para o prédio, anunciada ainda em 2007. Durante quatro anos, o Culto passou por intervenções estruturais importantes, que consumiram recursos da ordem de R$ 4 milhões. As sala de aula e os laboratórios foram refeitos, portas e janelas foram artesanalmente recuperadas. Houve o restauro de adornos, batentes, ladrilhos. O fato é que a execução da reforma acabou descaracterizando a proposta essencial para a existência da SACC, e o grupo se desmanchou. Parou até de arrecadar mensalidades. O encontro do dia 1º de setembro representa, de fato, o projeto de reunir novamente campineiros interessados na preservação da memória da escola.

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