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Alimento em alta dá força ao campo

Valor da produção agropecuária na região teve alta de 21% e foi a quarta maior do Estado de SP

Adriana Leite
14/05/2013 às 08:21.
Atualizado em 25/04/2022 às 16:13
Uvas: terceiro maior IVA da região, com volume de mais de R$ 115 milhões, atrás da carne de frango e da cana-de-açúcar (Carlos Sousa Ramos/AAN)

Uvas: terceiro maior IVA da região, com volume de mais de R$ 115 milhões, atrás da carne de frango e da cana-de-açúcar (Carlos Sousa Ramos/AAN)

O aumento de preços dos hortifrutigranjeiros e dascarnes no ano passado repercutiram sobre o faturamento do setor agrícola na região de Campinas.

Estudo divulgado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), ligado a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, mostrou que houve um incremento de 21,24% no valor da produção agropecuária e florestal (VPA) na região do Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) de Campinas, composto por 17 municípios.

O valor atingiu R$ 1,15 bilhão em 2012, contra R$ 951,99 milhões do ano anterior. Foi o quarto melhor resultado do Estado, com a região ficando atrás apenas de Guaratinguetá (crescimento de 51,6%), Franca (30,3%) e São Paulo (29,4%). Outras regiões que apresentaram avanço foram Itapeva (20,6%), Pindamonhangaba (19,9%) e Registro (19,4%).

O levantamento apontou que em 16 dos 40 escritórios houve um recuo do VPA. De acordo com o IEA, os declínios mais acentuados aconteceram em Mogi das Cruzes (12,2%), Andradina (10,5%), Limeira (10,2%), Mogi Mirim (8,5%) e Bauru (7%).

A região de Campinas é caracterizada pela diversidade de produtos agrícolas e de agropecuária. O relatório detalhou que a carne de frango foi o produto com o maior VPA na região, com uma receita de R$ 364,98 milhões.

O segundo posto ficou com a cana-de-açúcar, que atingiu um montante de R$ 152,65 milhões. A uva de mesa apresentou um volume de R$ 115,88 milhões e o ovo somou R$ 96,93 milhões. O EDR de Campinas aumentou a participação de 1,74% para 2,03% no Estado entre 2011 e 2012.

O pesquisador do IEA, Maximiliano Miura, afirmou que o aumento de preços de alguns itens impactou o valor da produção agrícola no ano passado. Ele destacou que o estudo da entidade apontou que as maiores altas foram registradas na batata (70%), cebola (68%), tomate para indústria (55%), repolho (49,2%), mandioca para mesa (47,3%), caqui (44,6%), feijão (44,5%), amendoim (41,3%) e soja (41,2%).

“O milho também apresentou alta e o custo do produto teve efeito sobre o preço das rações. Com as rações mais caras, subiu o valor das carnes”, disse. O especialista comentou que problemas climáticos geraram maior demanda, como quebras de safra nos Estados Unidos e na Ásia.

Miura comentou que quase 70% dos municípios paulistas têm a cana-de-açúcar como um dos principais produtos agrícolas. Conforme o levantamento, em 29 das 40 regiões, ela é o carro-chefe.

Os quatro EDRs com maiores VPAs em 2012 foram Barretos (R$ 2,94 bilhões), São João da Boa Vista (R$ 2,53 bilhões), Orlândia (R$ 2,25 bilhões) e Presidente Prudente (R$ 2,07 bilhões).

Os três principais produtos comercializados, tomando como base a predominância nas regiões, foram cana-de-açúcar, carne bovina e carne de frango. O especialista do IEA afirmou que os preços estão se estabilizando.

Diversidade

O diretor-técnico regional de Campinas da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), José Augusto Maiorano, afirmou que a região de Campinas tem uma vasta gama de culturas.

“Há muitas áreas plantadas com frutas, olericultura, flores e outros produtos. E com a elevação dos preços de hortifrutigranjeiros, houve um impacto no valor da produção agrícola local”, comentou.

Ele ressaltou que na região também há culturas cujo valor apresentou queda, mas as áreas plantadas são bem menores. “Um exemplo é a laranja. As áreas com plantação da fruta tiveram uma redução aqui na região”, disse.

Maiorano salientou que os agricultores da região para elevar a produtividade agregam valor aos produtos. Ele citou os produtores de uva, que aproveitam para oferecer outros produtos como suco e vinho artesanal.

Odiretor-técnico comentou que um problema enfrentado pelos agricultores da região é a pressão do avanço daárea urbana sobre a rural.“Muitos produtores estão mudando para cidades próximas a região que aindapossuam terras com custo mais barato e tenham a agricultura como um dos pilares da economia”, disse.

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