LOUVEIRA

Ala de Santa Casa que custou R$ 7,2 mi terá de ser demolida

Laudo de empresa especializada aponta comprometimento de 85% da estrutura; construtora responsável diz que causa é falta de manutenção de obra parada há três anos

Bruno Bacchetti
07/04/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 16:54
Empresa responsável pela obra contesta laudo e aponta falta de manutenção (Elcio Alves/ AAN)

Empresa responsável pela obra contesta laudo e aponta falta de manutenção (Elcio Alves/ AAN)

Paralisada desde 2012 após receber investimento de R$ 7,2 milhões, a ampliação da Santa Casa de Louveira poderá ter parte demolida por graves falhas estruturais, segundo a direção da unidade. De acordo com o laudo de uma empresa especializada em construções hospitalares, cerca de 85% das obras estão condenadas e somente uma pequena parte da estrutura poderá ser reaproveitada.   A direção do hospital estima ser necessário mais R$ 8 milhões para terminar a ampliação, que prevê uma ala de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com seis leitos, 29 novos leitos do pronto-socorro, quatro salas cirúrgicas e duas de parto. A Prefeitura planeja abrir nova licitação para recomeçar a construção e desapropriar o terreno, que pertence ao hospital.   Estudos   O diretor da Santa Casa, Carlos Delnero, afirmou que foram realizados estudos de arquitetura, estrutura e instalação para a retomada da obra e foram encontrados sérios problemas de fundação que tornam a recuperação inviável. “O que nos assustou foi o relatório do engenheiro de estrutura. As rachaduras e falhas são tantas que deu segurança para ele afirmar que terá que ser demolido. Fica mais barato do que reforçar a estrutura. O mínimo dá para aproveitar”, explicou Delnero.   No entanto, o diretor da unidade disse que a demolição ainda será avaliada. “Estamos discutindo com a sociedade. Essa decisão de demolir tem que ser bem pensada. Temos que repensar e aprender a lição.”   Paralisação   A construção começou em 2011 e no ano seguinte foi interrompida por falhas na documentação, planejamento e execução das obras. Após um estudo confirmando as irregularidades, a Prefeitura rompeu unilateralmente o contrato com a empresa MHS Engenharia e Consultoria, vencedora da licitação. “A construção tinha patologias vistas a olho nu e por qualquer leigo, como rachaduras, fissuras etc. A atual Administração contratou, em maio de 2013, o trabalho de uma auditoria, que confirmou todos os problemas antes verificados. Sem outra alternativa, a Irmandade notificou a construtora sobre a rescisão contratual”, informou.   Segundo a Administração, as próximas medidas serão desapropriar a área onde há a construção, licitar nova empresa para corrigir e terminar a obra e, posteriormente, equipar o novo espaço para depois ceder o uso do espaço para o hospital. Com o rompimento do contrato, a construtora entrou com uma ação cautelar de produção antecipada de provas, afirmando ter realizado 70% das obras e cobrando mais R$ 2 milhões da Prefeitura.   Decisão judicial   Entretanto, a Justiça determinou que a empresa devolvesse R$ 318 mil à Administração por serviços não executados. A empresa recorreu e o processo segue na Justiça.   O diretor da MHS, Luiz Augusto Cirigola, negou a existência de falhas estruturais na construção e atribui os problemas à falta de manutenção do prédio, uma vez que a obra está interrompida há quase três anos. “Desconheço esse laudo. Há problemas porque a obra foi paralisada no meio e deteriorou. Tem muita coisa que aconteceu porque não houve manutenção”, disse.   Cirigola criticou a postura da Administração de Louveira, e não vê necessidade de demolir grande parte da obra. “A nova Administração não quis o hospital e começou a colocar defeitos. Com certeza, não precisa demolir, somente de reparos”, afirmou.

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