EDITORIAL

Agronegócio mantém as boas notícias

13/06/2020 às 10:04.
Atualizado em 29/03/2022 às 08:29
  (Divulgação)

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O agronegócio brasileiro — resultado da profissionalização e do investimento em tecnologia ao longo das últimas décadas — construiu um alicerce que o tornou o principal pilar da economia, além de reputação e força globais. Mesmo em tempos de crise severa, como agora, consegue mandar alguns bons sinais, oferecendo importante contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB). Mesmo com saias-justas da diplomacia brasileira com seu principal parceiro comercial, a China, não há evidências de uma mudança radical nas relações bilaterais quando o assunto for aquisição de nossos produtos. Eventuais recusas tendem a ser sazonais. Uma das boas notícias geradas pelo setor agropecuário está ancorada na estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) para o PIB do segmento. A previsão para 2020 é um crescimento de 2,5%, com base nos levantamentos de safra do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um sinal alentador, afinal o mundo atravessa um dos piores momentos de sua história contemporânea, com uma pandemia ainda fora de controle e a economia global com pé no freio. O Brasil, por exemplo, pode ter queda de quase dois dígitos do PIB, o que será um desastre. Mas no campo das boas notícias produzidas pelo agro, o desempenho da soja chama a atenção, com crescimento calculado em 6,7%. Outros destaques, segundo as projeções do IPEA para este ano, serão o café em grão, laranja e o arroz em casca. Para o algodão se prevê queda (2,0%), mas no consolidado geral das lavouras o avanço será de 3,1% em 2020. Há também bom desempenho no setor de aves — o abate de frangos no País atingiu volume de 1,51 bilhão de animais no primeiro trimestre deste ano, um dado recorde para o período, conforme dados divulgados no último dia 10 pelo IBGE, conforme reportagem da Agência Brasil. A equação pandemia-economia não é fácil. Setores econômicos que exigem consumidor na loja e grande aparato de funcionários, como Serviços, vivem situação delicada. O lazer, por exemplo, está em pré-colapso. Segmentos da indústria que mantiveram o trabalho — alguns deles, inclusive, com alta, como aqueles que fabricam artigos de higiene, limpeza e Equipamentos de Proteção Individual (EPI) — ainda respiram. Importante que o governo esteja atento em dar suporte a eventual necessidade do agro, caprichando para que a política não atrapalhe o seu desempenho.

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