VIOLÊNCIA

Agressor da Setec se entrega ao 5º DP

Após longas negociações com Polícia Civil, Reginaldo Ferreira da Silva confessa atentado a tiros

Gilson Rei
01/10/2019 às 09:25.
Atualizado em 30/03/2022 às 15:21

O suspeito de balear uma funcionária da autarquia Serviços Técnicos Gerais (Setec) dentro do Cemitério da Saudade, em Campinas, em agosto, se entregou ontem à Polícia Civil. Ele estava foragido desde o crime e após negociação, se apresentou no 5º Distrito Policial e conformou o ataque à servidora. Reginaldo Ferreira da Silva, conhecido por Juquinha, confessou a autoria do crime e fez um depoimento com quatro horas de duração. O delegado do 5º DP, Sandro Jonasson, informou que Silva deu informações importantes sobre o caso e que, depois, foi encaminhado ao sistema penitenciário, onde permanecerá à disposição da Justiça durante a prisão preventiva. Segundo Jonasson, o mandado de prisão preventiva foi expedido na semana passada e a equipe do 5º DP iniciou as buscas. “Foi um trabalho incessante dos policiais, que chegaram até ao pai de Reginaldo. A entrega dele foi negociada e o mandado foi cumprido”, revelou. O crime de tentativa de homicídio ocorreu no dia 24 de agosto e a Polícia tentou o fragrante da tentativa de homicídio desde as primeiras horas, mas não obteve êxito. No dia 28 de agosto, a Polícia solicitou oficialmente à Justiça um pedido de prisão preventiva. Na semana passada a Justiça acatou e o mandado de prisão foi expedido. "Com isso, teve início um trabalho dia e noite da equipe do 5º DP, que conseguiu a rendição do Silva nesta segunda-feira", disse o delegado. O delegado afirmou também que a prisão era uma questão de horas. "Tratativas para que ele se entregasse foram realizadas e a negociação evoluiu de modo satisfatório. Ele se apresentou no 5º DP, e prestou depoimento por mais de três horas. Além de confirmar o crime, Reginaldo informou ainda o local onde teria dispensado a arma, mas a equipe não localizou”, argumentou Jonasson. Depoimentos Diante dos depoimentos feitos pelo investigado, um novo inquérito policial deverá ser aberto, pois novas informações foram acrescentadas. "Novos elementos sobre outro caso surgiram e um novo inquérito deverá ser aberto”, afirmou Jonasson. "Além dos fatos anteriores já coletados em depoimentos na Polícia, Silva passou novos contextos que serão também aprofundados pela investigação”, acrescentou sem revelar detalhesCrime No dia 24 de agosto deste ano, uma funcionária da Setec foi baleada e ferida com uma coronhada na cabeça, quando trabalhava no escritório da autarquia, no Cemitério da Saudade, por um homem que invadiu o local e fugiu logo em seguida. A mulher foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhada até o Hospital Municipal Mário Gatti, onde passou por tomografia e ficou internada. Alguns dias depois, a mulher teve alta médica, mas teve que mudar de endereço, por medo de represarias. O trabalho investigativo da Polícia Civil e da equipe do DP chegou ao nome de Reginaldo, um dos empreiteiros que atuam no cemitério. Durante o depoimento da mulher no Distrito Policial, verificou-se que ela estava bastante abalada e com muito medo. O delegado disse que ela relatou a existência de ameaças no ambiente de trabalho e que existe um esquema criminoso dentro do cemitério. "O depoimento dela agregou muitas informações às investigações, pois apresentou nomes, ocasiões e contextos que resultaram no pedido de prisão preventiva de mais uma pessoa”, afirmou Jonasson. Segundo o delegado, as declarações dela foram consistentes. "Há indícios de um esquema criminoso dentro do cemitério, focado na proteção a um grupo de prestadores de serviços que agem de forma indevida”, revelou. As ameaças contra a mulher já vinham ocorrendo há alguns meses. "A vítima nos declinou, que ela já era alvo de ameaças e coações por não compactuar com algumas irregularidades que ocorriam de forma costumeira no cemitério. Declinou também que havia um esquema voltado para proteção de alguns empreiteiros e que ela teria se postado contrária, motivo pelo qual ela sofreu algumas perseguições”, afirmou Jonasson. Em maio deste ano, a Polícia Civil deflagrou uma operação contra um suposto esquema de furtos no cemitério e Reginaldo estava entre os investigados.

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