Centenas de pessoas enfrentaram filas durante mais de quatro horas para a marcação de consultas e exames na manhã deste sábado (30) no ambulatório de especialidades
Filas intermináveis testaram a paciência dos pacientes, muitos deles idosos, que procuraram o ambulatório de especialidades do Mário Gatti ( Dominique Torquato/ AAN)
Centenas de pessoas enfrentaram filas gigantescas durante mais de quatro horas para a marcação de consultas e exames na manhã deste sábado (30) no ambulatório de especialidades do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, em Campinas. Os pacientes lotaram o local porque foram informados que no dia 30 (neste sábado) seria aberta a agenda de atendimentos para especialidades, como urologia e clínico geral, e o agendamento seria realizado em uma única data. Desde as primeiras horas do dia, pacientes e parentes se aglomeravam na porta do local e a quantidade de funcionários no ambulatório foi insuficiente para atender. O problema gerou críticas de quem esperava pelo atendimento. Não havia, por exemplo, uma separação para o atendimento de grupos prioritários, como idosos. Durante horas, pessoas com mais de 65 anos aguardavam para fazer a marcação de consultas e exames. Os pacientes contaram que houve muita confusão pela manhã em decorrência de ninguém saber informar exatamente quanto tempo demoraria o atendimento. “Tem gente que chegou aqui às 3h da madrugada e outros que vieram antes das 7h. São mais de 11h e a fila não sai do lugar. É um absurdo a gente ser tratado assim pelo hospital. Quem está aqui veio porque precisa”, disse a faxineira Maria José Lima e Silva, de 45 anos. Ela contou que foi acompanhando um parente que faz tratamento nos consultórios do ambulatório do Mário Gatti. “O dia está frio e aqui está cheio de idosos que estão na fila sem atendimento preferencial”, apontou. O aposentado, Ademir Agostinho Carnio, de 69 anos, afirmou que estava há pelo menos quatro horas em pé na fila aguardando o agendamento de um exame para o tratamento de próstata. “Ainda nem consegui chegar na porta de atendimento. Depois, ainda terei que pegar uma senha. Não há atendimento preferencial. Fui informado de que era para vir aqui hoje para agendar o exame e a próxima consulta. Cheguei antes das 8h e já passa do meio-dia”, afirmou. Mais um idoso que reclamava dos procedimentos adotados pelo hospital foi o aposentado Mauro Batista da Silva, de 70 anos. “Cheguei aqui acompanhado do meu cunhado antes das 7h. Estou há quase cinco horas e não fui atendido. Quem vem aqui busca por atendimento porque precisa de um médico. No meu caso, tenho que ver a minha próstata. Isso mata se não for tratado" , disse. A direção do Mário Gatti informou que reconhece que houve uma falha na forma como foi estruturada a marcação de consultas e exames ontem e diz que a sistemática para os agendamentos está sendo reformulada. O objetivo é estabelecer que as marcações sejam realizadas pelo telefone 160 e pela internet. A meta é reduzir o agendamento presencial. A direção do hospital informou que as medidas fazem parte de um pacote de melhorias no atendimento em curso no local.