Os funcionários dos Correios da região de Campinas decidiram, em assembleia realizada na noite da última segunda-feira, colocar um fim a greve da categoria
Os funcionários dos Correios da região de Campinas decidiram, em assembleia realizada na noite da última segunda-feira, colocar um fim a greve da categoriar (Cedoc/RAC)
Os funcionários dos Correios da região de Campinas decidiram, em assembleia realizada na noite da última segunda-feira, colocar um fim a greve da categoria. Com isso, todas as agências do município voltaram a atender normalmente. Na manhã do último domingo, os trabalhadores haviam aderido ao movimento nacional, que chegou a contar com a participação de 22 Estados e mais o Distrito Federal. Em Campinas, a adesão chegou a ser de 20% do efetivo. Segundo o Sindicato, o principal motivo da paralisação visava evitar as mudanças no plano de saúde dos funcionários - que passou a ter uma cobrança de mensalidades do titular e a retirada de dependentes. O sindicato afirmou que o benefício seria reajustado conforme a idade do titular, o poderia levar alguns dos planos a valores mensais de mais de R$ 900,00. A decisão pela interrupção da greve, ocorreu após o julgamento do dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST), que por 6 votos a 1, decidiu alterar as regras do plano de saúde dos Correios, autorizando assim, a cobrança de mensalidade dos funcionários da estatal e de seus dependentes. Para a direção do Sindicato, o julgamento foi uma derrota para os trabalhadores. A categoria, informou que o resultado esteve longe do esperado e que por achar muito difícil a reversão do processo, foi obrigado a optar pelo encerramento da greve em Campinas. Os trabalhadores também chegaram a protestar contra as alterações no Plano de Cargos, Carreiras e Salários, a terceirização da área de tratamento, a ameaça de privatização da empresa, a suspensão das férias dos trabalhadores, a extinção do diferencial de mercado e a redução de salários do pessoal da área administrativa. Para o presidente dos Correios, Guilherme Campos, a decisão do julgamento representa um grande avanço para a retomada do processo de recuperação da empresa, que enfrenta uma grave crise financeira. "A decisão ficou distante da nossa proposta inicial, mas é um reconhecimento de que o custeio tem que ser compartilhado e o primeiro passo importante para a sustentabilidade do plano e dos próprios Correios" , explicou. Com as mudanças anunciadas, a direção do TST aguarda agora apenas a publicação da decisão para avaliar o impacto nas contas da empresa e adotar as medidas cabíveis para a implantação das novas regras, que passaram a vigorar a partir da publicação da decisão no Diário da Justiça.