CARIDADE

Afascom é exemplo de proteção e ação social

Associação Franciscana acolhe pessoas em situação de vulnerabilidade nas ruas de Campinas

Inaê Miranda
18/05/2013 às 17:05.
Atualizado em 25/04/2022 às 15:32

Um espaço acolhedor, movido por uma corrente de solidariedade, carinho e amor ao próximo. Essa é a sensação de quem entra pela primeira vez em uma das unidades da Associação Franciscana de Assistência Social Coração de Maria (Afascom), entidade que presta serviços e executa programas de proteção social a crianças, idosos e famílias em situação de vulnerabilidade em Campinas. É no Serviço de Acolhimento Institucional para Pessoas Idosas, mantido pela entidade, onde está atualmente o porteiro aposentado Mário Martini, de 92 anos. Hoje, em situação bem diferente da que vivia, dentro da própria casa, na Vila Industrial, como foi mostrado pelo Correio na última semana.

O serviço de acolhimento institucional para pessoa idosa, no Jardim Von Zuben, ou abrigo de longa permanência, como é conhecido, atende 11 idosos e trabalha com a lotação máxima. Segundo a irmã Antônia Cacilda dos Santos, assistente social e coordenadora-técnica da Afascom, os casos são considerados de alta complexidade e são encaminhados pelo poder público municipal, por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas-Campinas). “Geralmente, são pessoas negligenciadas pela família. Vítimas de abandono, de violência financeira, psicológica ou física. A família não deu conta, essa pessoa não tem como ficar em casa e o Estado precisa dar uma resposta”, afirma.

No local, os idosos recebem atenção, cuidado e proteção, como é o caso do seu Mário, que, depois do café da manhã e da troca de curativos, não abre mão do banho de sol e do bom humor. “Estou maravilhosamente bem”, disse ele. Duas vezes por semana, os idosos fazem fisioterapia, saem para consultas médicas, participam de atividades de lazer externas, como bailes, centros de convivência, bingos, recebem a visita da família. E os mais independentes saem para se encontrar com os amigos, passear ou fazer jogos na loteria, como Laércio Luiz Neto, de 88 anos. “Se eu ganhar vou ajudar as pessoas necessitadas”, garantiu. A equipe conta com geriatra, assistente social, fisioterapeuta e funcionários de apoio, como motorista e cozinheira.

Crianças e adolescentes

A Afascom também mantém duas unidades de Educação Infantil, que atende 230 famílias das regiões Sul e Noroeste de Campinas, o correspondente a 1.150 pessoas. Além da creche, a associação desenvolve o Serviço de Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi) em duas regiões de Campinas. Na região Sul, 90 famílias são atendidas. A equipe é composta por três psicólogos, três assistentes sociais, mais a coordenação. Na região Noroeste o mesmo programa atende 30 famílias (crianças) e mais 30 idosos. “O foco, nesse caso, é romper a violência contra o idoso sem institucionalizar”, afirmou a irmã Cacilda.

Os casos do Paefi são encaminhados pelo poder público. “São famílias envolvidas em situação de média complexidade, onde há violação de direitos. A gente entra com a abordagem para não chegar a um caso de alta complexidade. As psicólogas tentam mediar o conflito e a assistente social procura saber qual é o fator de violência, como é a organização da família, da renda, qual é o risco social, se a família tem condição de ser usuária de algum benefício social ao qual tem direito. O objetivo é fortalecer a família porque a gente está de passagem”, explicou. Outro programa da Afascom é o de Cuidadores de Idosos, em que o cuidador vai até a casa do idoso e oferece a assistência de que precisa.

A irmã Irma Madalena Calgaroto, diretora-presidente da Afascom, contou que a associação nasceu em 2005, como fruto do trabalho da Congregação Franciscana do Coração de Maria. “Elas viram a necessidade de uma nova organização para atender todas as necessidades que foram surgindo. É uma consagração que torna a gente disponível para atender o próximo”, afirmou. Ao todo, a Afascom conta com 98 funcionários e 25 voluntários. Todos os projetos são cofinanciados em 85% do custo total pelo poder público municipal e 15% da contrapartida é da entidade, que oferece também os espaços físicos. A verba da entidade é captada por meio de doações e eventos.

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