Crise econômica e alta das passagens interrompem ciclo de crescimento na demanda em julho
Viracopos é a principal entrada de estrangeiros na região de Campinas (Janaina Maciel/Especial para a AAN)
Após cinco anos consecutivos de crescimento da demanda em julho, mês conhecido como de alta temporada, o Aeroporto Internacional de Viracopos registrou a primeira redução no volume de passageiros transportados para o mês, com uma queda de 7,1% em relação a julho de 2012. No acumulado dos primeiros sete meses do ano, no entanto, o terminal de Campinas teve crescimento de 4% na comparação com o ano passado.A retração em Viracopos foi maior que a média brasileira. Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) apontam que houve uma redução de 1,71% na demanda do transporte aéreo doméstico e de 2,77% no internacional.A redução é consequência da atual conjuntura do País e a consequente retração da atividade econômica, que fez as companhias aéreas aumentarem em 4% a média de preços das passagens desde o início do aumento do dólar, em julho, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). A retração ocorre em um momento em que, além do endividamento em dólar, as empresas estão enfrentando o aumento do custo dos combustíveis. Alegando crise em seus balanços desde 2011, e que não teriam mais onde cortar para manter os preços das passagens, as empresas estão pedindo ao governo redução de impostos, isenção de taxas e outros benefícios.Em julho, passaram por Viracopos 776.827 passageiros contra 836.659 no mesmo mês do ano passado. O aeroporto de Campinas acumula 5.317.248 passageiros transportados de janeiro a julho, um crescimento de 4% em relação ao mesmo período de 2012.O diretor comercial da concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, Aluízio Margarido, disse que é difícil avaliar as razões da queda no aeroporto de Campinas, porque não houve redução da quantidade de voos. “Estamos batendo recordes sucessivos. Ontem (terça-feira) batemos mais um recorde de voo e as companhias dizem que estão trabalhando com aviões batendo asas, uma analogia para aviões circulando vazios”, afirmou. Para ele, a situação pode estar ocorrendo, de fato, por causa da situação econômica do País, que vive baixo crescimento.O volume de cargas transportadas também caiu em relação ao peso (os números ainda não estão fechados), reflexo direto do câmbio. Mas isso não impactou as receitas de cargas do aeroporto, porque houve um incremento de importação de produtos farmacêuticos e eletroeletrônicos, que têm alto valor agregado.Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) apontam que a demanda do transporte aéreo doméstico de passageiros e a oferta registraram em julho deste ano queda de 1,71% e 1,02% no País, respectivamente, quando comparadas ao mesmo mês de 2012. Após nove anos consecutivos de crescimento, trata-se da primeira redução para o mês.Com este resultado, os índices acumulam baixa nos primeiros sete meses do ano, apresentando redução de 0,20% (demanda) e 5,11% (oferta).Entre as principais companhias aéreas brasileiras, a Avianca e a Azul Linhas Aéreas destacaram-se, obtendo taxas de crescimento de demanda doméstica em julho de 2013, quando comparadas ao mesmo período de 2012, com aumento de 47,24% e 30,33%, respectivamente. O Grupo TAM e a Gol lideraram o mercado doméstico em julho com participação de 42,08% e de 32,78%, respectivamente.O Grupo TAM aumentou a sua participação de mercado em 0,64% em julho de 2013, contra julho de 2012, passando de 41,81% para 42,08%.A Gol teve redução de 0,48% em sua participação no mesmo período, passando de 32,94% para 32,78%.