caso viracopos

Advogado pede soltura de policial

Alex Lúcio defende a falta de acusação contra o agente acusado de tráfico

Alenita Ramirez
08/10/2020 às 08:42.
Atualizado em 27/03/2022 às 23:16
Criminosos faziam rota internacional de drogas e tinham como base das atividades Viracopos (Wagner Souza/AAN)

Criminosos faziam rota internacional de drogas e tinham como base das atividades Viracopos (Wagner Souza/AAN)

O advogado Alex Lúcio que defende o policial civil, preso pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (6), disse que acredita que seu cliente terá a prisão revogada e provará sua inocência. Segundo o defensor, ainda não há uma acusação formal contra o agente e as provas até então apresentadas são frágeis. “Após análise preliminar dos autos, não tenho dúvida que após oitiva do policial civil, a prisão temporária será revogada e, ao final do processo, meu cliente será absolvido”, disse Lúcio e emendou: “Ele está sendo acusado porque, segundo o que consta, manteve de forma esporádica contato com o subtenente preso”. O policial civil trabalha na Delegacia de Investigação Gerais (DIG), de Campinas, e foi preso durante a operação Overload, deflagrada pela PF contra uma organização criminosa que usa o Aeroporto Internacional de Viracopos para enviar cocaína pura para países da Europa, África e Ásia. Na ação, 34 pessoas foram presas e duas morreram em confronto com a polícia. Os mandados foram cumpridos em Campinas (26 deles), Americana, Monte Mor, em São Paulo, Mato Grosso, Manaus e Rio Grande do Norte. Um suspeito não foi localizado. Além do policial Civil, um policial Militar lotado na 1ª Companhia do 47º Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPM/I) foi preso. Todas as prisões são temporárias e as oitivas começaram na tarde desta quarta-feira. Os policiais só devem ser ouvidos após 72h da detenção. De acordo com a PF, a organização criminosa está divida em três grupos: uma composta pela gestão da organização, aliciamento de pessoas e o contato no exterior para a venda, aquisição e movimentação da droga para outro grupo fora do País. Outra de operadores de logísticas, formado por funcionários responsáveis por colocar a droga em bagagem ou em produto dentro dos aviões. E o núcleo europeu, que é semelhante ao primeiro, responsável pela compra da droga e retirada no avião. Para fazer a droga chegar ao destino, os traficantes pagavam R$ 50 mil para cada “funcionário” captado e usavam de ameaças para aliciar pessoas – na maioria trabalhadores de empresas terceirizadas nos aeroportos. Com a prisão dos suspeitos, a PF quer descobrir o envolvimento de cada um e as lideranças. Um dos mortos na ação era alvo da investigação, que teve início em fevereiro do ano passado. O outro, que não tinha passagem criminal, era dono de um depósito de água e usava a empresa para lavagem de dinheiro.

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