Carlos de Araújo Pimentel Neto diz que não há provas de que delegado tenha cometido irregularidades
Antonio Eribelto Piva Júnior foi demitido pelo "bem do serviço público": defesa aponta contradições na acusação (Cedoc/RAC)
A defesa do ex-delegado de Campinas Antônio Eribelto Piva Júnior afirma que a demissão do policial publicada na última semana pelo governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi precipitada.
O advogado Carlos de Araújo Pimentel Neto diz que não há provas de que Piva tenha cometido irregularidades no processo que culminou em sua condenação em 1 instância. Piva foi condenado sob acusação de ter cobrado propina do serviço de guincho de Hortolândia entre 92 e 95.
O ex-policial era delegado titular nesta cidade em 1992, quando emitiu um comunicado para os interessados em explorar os serviços de remoção e guarda de veículos no município. O comerciante Antonio Sergio Fahl de Oliveira manifestou interesse e foi orientado pelo delegado a se habilitar para a licitação, que acabou vencendo, assumindo os serviços de guincho e de pátio para a remoção de veículos. Depois disso, Fahl de Oliveira disse na Justiça que o delegado passou a cobrar dinheiro e favores.
Pimentel Neto afirma que nos depoimentos da vítima existem contradições. “A vítima fez nove depoimentos, a maioria deles com contradição. No processo, ele (Fahl de Oliveira) falou que era mentira e que o Piva jamais pediu qualquer coisa. Esse depoimento não foi levado em consideração. Seria muito mais adequado que o governador aguardasse o processo transitar em julgado para que a demissão fosse feita”, disse.
Atualmente, o processo corre no Tribunal de Justiça. Piva foi afastado do cargo de delegado do 1 Distrito Policial em 2011, depois de ter seu nome envolvido no Caso Sanasa. Pouco tempo depois, no auge da polêmica sobre a retirada dos camelôs do Centro, Piva, que era o responsável por fiscalizar o camelódromo, passou a ser investigado novamente depois de denúncias dos comerciantes de que o delegado cobrava supostamente até R$ 10 mil por mês para evitar batidas policiais no local.
Pimentel Neto disse que no período em que o delegado esteve no 1 DP foram apreendidos 20 milhões de unidades de cigarro, 15 milhões de CDs piratas e lavrados 256 boletins de ocorrência.