O crime foi às 22h48, na Rua Sebastião Montedioca. Há uma semana, o menor teve uma moto com placa adulterada e uma arma de airsoft apreendidas
O adolescente depois que foi apreendido pela polícia e a aposentada Dirce Cristina Batista de Melo (Alenita Ramirez)
Um adolescente de 16 anos foi apreendido na manhã de ontem em Campinas após matar com ao menos cinco tiros a vizinha, uma aposentada de 55 anos. Ele alegou para a polícia que matou a vítima porque ela o havia “caguetado” para sua mãe. A arma usada no crime e as roupas foram achadas escondidas em um matagal perto da casa do rapaz, no Jardim Von Zuben. O menor chegou a ser detido em um primeiro momento, mas foi liberado por falta de provas. No entanto, a Polícia Militar (PM) conseguiu imagens do sistema de segurança de uma empresa defronte a casa da vítima que comprovaram a entrada e a saída do adolescente do imóvel. O crime foi às 22h48, na Rua Sebastião Montedioca. Há uma semana, o menor teve uma moto com placa adulterada e uma arma de airsoft apreendidas pela PM depois que Dirce Cristina Batista de Melo teria dito para a mãe dele sobre o veículo e a arma de brinquedo. Após a apreensão, o menor teria agredido a mãe, a camareira Magda de Souza Silva, de 38 anos, e ameaçado matar a vizinha. Magda chegou a fazer um boletim de ocorrência de agressão no 5º Distrito Policial (DP), no Jardim Amazonas. “Ele disse que pegou a arma emprestada, sem revelar nomes, e estava com raiva da vizinha”, contou o cabo da PM Arlan de Souza. Dirce morava com dois filhos — um de 28 e outro de 27 anos —, em uma edícula, nos fundos da casa de um parente e estava sozinha em casa quando o menor entrou no quintal pelo portão que estava encostado. Ele seguiu pelo corredor, que tem má iluminação, e entrou na casa da vítima. A suspeita é de que a mulher estava dormindo quando foi atacada pelo menor. Os filhos dela afirmam que estavam na igreja. “Antes de voltar para casa eu passei na casa de um amigo e estava a umas duas casas da minha quando ouvi os gritos de socorro da minha mãe. Corri e, quando entrei em casa, ela passou correndo pela sala, com ele atrás dela. Falou que estava lá para matar a minha mãe e deu um tiro na cabeça dela. Só ouvi um tiro”, contou o filho da vítima, o autônomo João Carlos, de 28 anos. Foi ele quem ligou para a PM, que foi no local e deteve o adolescente e o levou para o plantão do 1º Distrito Policial (DP), onde foi feito um boletim de ocorrência por homicídio simples consumado e o menor foi liberado, uma vez que, segundo justificativa do delegado, o caso demandava maiores investigações e busca por testemunhas, já que teria causado estranheza o fato de a vítima ter levado quatro tiros e o filho ouvido apenas um tiro, que seria o quinto. A perícia achou 12 munições na casa, sendo que cinco acertaram a vítima. O celular do autônomo chegou a ser apreendido por cautela, já que havia conversa dele sobre a morte da mãe. “Como gerou dúvida e o caso era grave e queríamos dar uma resposta para a família da vítima, voltamos no local do crime e vimos que tinha câmeras de segurança na empresa. Pedimos as imagens e vimos o menor saindo da casa”, contou Souza. O adolescente foi detido novamente quando chegava em casa com a mãe. Ele acabou confessando o crime e levou a PM até onde estavam escondidos os objetos. Com as provas em mãos, os policiais voltaram no DP e foi refeito o boletim de ocorrência, sendo desta vez com a apreensão do menor. A aposentada seria enterrada ontem no Cemitério Nossa Senhora da Conceição. “O menor chegou a apontar a arma para o filho da vítima e apertou o gatilho, mas o revólver não funcionou. Então ele fugiu”, contou o policial.