AUTORIZAÇÃO

Administração quer reativar aterro Delta A

O prefeito Jonas Donizette (PSB) informou que está buscando autorização da Cetesb para aumentar a vida útil do aterro com uma reconfiguração geométrica do Delta

Maria Teresa Costa
24/05/2015 às 21:10.
Atualizado em 23/04/2022 às 12:43
Máquina faz transbordo de lixo no Aterro Delta A, que é levado para o Centro de Resíduos da Estre, em Paulínia (  Cedoc/RAC)

Máquina faz transbordo de lixo no Aterro Delta A, que é levado para o Centro de Resíduos da Estre, em Paulínia ( Cedoc/RAC)

A Prefeitura de Campinas quer retomar a operação do Aterro Delta A, desativado há um ano, para poder reduzir uma parte dos gastos com o manejo do lixo na cidade — são R$ 121,5 milhões anuais, sendo R$ 87,6 milhões com a coleta e R$ 33,9 milhões para depositar os resíduos em Paulínia. O prefeito Jonas Donizette (PSB) informou que está buscando autorização da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para aumentar a vida útil do aterro com uma reconfiguração geométrica do Delta. A intenção é aproveitar o rebaixamento natural que ocorre no maciço de lixo e poder usá-lo por mais tempo. Esse rebaixamento é resultado do escoamento de líquidos, que vão “murchando” o aterro, deixando várias depressões. Essas depressões podem permitir o despejo de mais resíduos, sem alterar a atual altura que estava licenciada, cuja cota é de 630 metros, contados a partir do nível do mar. Desde abril do ano passado, as cerca de 1,2 mil toneladas diárias de lixo doméstico produzidas em Campinas passaram a ser depositadas em Paulínia, no Centro de Gerenciamento de Resíduos (CGR) da Estre Ambiental, empresa que já recebe os resíduos de cerca de 15 cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC). A interrupção da deposição de lixo no Aterro Delta A ocorreu pelo fim da vida útil daquele local, que desde 1992 recebe os resíduos domésticos de Campinas. Desde que foi criado, teve sua licença ambiental prorrogada várias vezes. Estima-se que cerca de 10 milhões de toneladas de lixo estejam depositadas no local, que continuarão a ser monitoradas por pelo menos mais 30 anos. Atualmente, os resíduos são coletados pela Renova Ambiental, e levado a uma estação de transbordo no Delta A, e a partir daí, caminhões da Estre levam para Paulínia. A Prefeitura preparou uma área provisória para receber o lixo no Delta, mas ainda irá construir, no local, uma estação de transbordo, que está em fase de elaboração do edital que contratará a obra. Será um grande fosso, concretado, com proteção contra água de chuva e captação de lixo. Enquanto essa estação não é construída, o lixo recolhido na cidade será depositado no chão, em área que foi impermeabilizada dentro do aterro, e recolhido pela Estre. Os resíduos devem continuar sendo encaminhados para Paulínia por mais dois ou três anos, até que seja realizado um novo edital, mais complexo, e que atenda o Plano Nacional de Resíduos Sólidos. O Ministério do Meio Ambiente prorrogou para 31 de agosto de 2015, o prazo que venceu no ano passado, que determina que seja depositado nos aterros somente o lixo que não é passível de ser reciclado. A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, uma das entidades que propôs o adiamento, enfatiza a urgência de que governo federal, estados e municípios comprometam-se a abrir um diálogo efetivo para um realinhamento de perspectivas, tanto dos casos de ausência de planos como dos que precisam revisão. Apenas 30% dos municípios tinham apresentado até agora seus planos municipais.

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