A PF prendeu nesta quinta-feira, em Indaiatuba, um porteiro desempregado de 24 anos suspeito de integrar uma quadrilha especializada na fabricação e vendas de cédulas falsas por redes sociais
Segundo a delegada Estela Beraquet Costa, os suspeitos teriam comercializado ao menos R$ 4 milhões em notas de R$ 50 e R$ 100 falsas (Alenita Ramirez/AAN)
A Polícia Federal de Campinas prendeu na manhã desta quinta-feira, em Indaiatuba, um porteiro desempregado de 24 anos suspeito de integrar uma quadrilha especializada na fabricação e vendas de cédulas falsas por redes sociais. A prisão preventiva ocorreu com base em mandados de busca e apreensão, no Jardim Marina. Na casa do suspeito, cujo nome não foi revelado, foram apreendidos um notebook e celulares. Outras quatro pessoas foram presas em São Paulo (2) e Florianópolis (2). Segundo a delegada Estela Beraquet Costa, os suspeitos teriam comercializado ao menos R$ 4 milhões em notas de R$ 50 e R$ 100 falsas. Só o homem preso em Indaiatuba confessou a comercialização de R$ 2 milhões. A prisão aconteceu após oito meses de apuração, na qual os policiais federais apreenderam R$ 650 mil em notas falsas. Os policiais federais acreditam que a quadrilha tenha outras ramificações por outros estados e que o número de envolvidos seja grande. “Os presos dessa operação são distribuidores e intermediários das vendas. As investigações seguem para descobrir onde é a fábrica, mas nossa suspeita é que seja em São Paulo”, disse Estela. A Operação Money In Box, como foi denominada pelos policiais, começou com uma denúncia anônima e identificou que o dinheiro falso era distribuído pelos serviços dos Correios. O bando enviou remessa para 13 estados dos Brasil: Amazonas, Bahia, Espirito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Com ajuda da empresa federal e da Justiça, os investigadores conseguiram chegar aos suspeitos. Para comercializar as notas, os suspeitos usavam perfis falsos nas redes sociais e aplicativos de celulares. Segundo a investigação, para cada R$ 300 em dinheiro falso, os criminosos exigiam R$ 100 verdadeiros. A exigência dos criminosos era de que o pagamento fosse através de depósito bancário. “A falsificação é muito bem-feita. É tão perfeita que é de difícil percepção e engana qualquer homem com conhecimento mediano”, disse Estela. Os presos vão responder por associação criminosa, falsificação e fabricação de moeda falsa, com penas de 1 a 3 anos de reclusão e de 3 a 12 anos, e multa, respectivamente. As contas bancárias dos suspeitos foram bloqueadas. A PF também investiga os receptadores. O suspeito de Indaiatuba foi encaminhado para a cadeia anexa ao 2º Distrito Policial (DP), no bairro São Bernardo, em Campinas. Os demais ficarão em suas cidades, onde foram detidos. “Vale um alerta para as pessoas: Quem tem o hábito de vender objetos pela internet deve ficar muito atento, especialmente de vendas de iPhone e outros celulares caros. Há criminosos que ficam atentos aos anúncios e usam cédulas falsas para negociar. Então, na hora de fechar o negócio, marque o encontro em banco ou vá a um lugar público e examine bem a cédula para não ser enganado”, disse Estela.