CAMPINAS

Acusado de pedofilia é preso com 77 mil imagens de abusos

Técnico de informática é suspeito de distribuir cenas de violência sexual contra crianças e adolescentes

Edson Silva/ Correio Popular
17/03/2021 às 11:02.
Atualizado em 22/03/2022 às 02:00
Materiais apreendidos por policiais federais na casa onde o técnico de informática morava (Divulgação/ Polícia Federal)

Materiais apreendidos por policiais federais na casa onde o técnico de informática morava (Divulgação/ Polícia Federal)

Um técnico de informática, de 38 anos, foi preso ontem por pedofilia, no bairro Solar Campinas, onde morava sozinho, numa casa de fundo existente no quintal de sua mãe. Na operação, a Polícia Federal de Campinas encontrou 77 mil imagens de abusos sexuais contra crianças e adolescentes, arquivadas em mídias, como HDs, pendrives e notebook.

Segundo a delegada federal Estela Beraquet Costa, a equipe foi ao local cumprir mandado de busca e apreensão e havia uma suspeita de que uma criança estivesse no local sofrendo abusos, o que não foi constatado, mas o homem acabou preso em flagrante por posse das imagens arquivadas. O bairro Solar Campinas fica próximo às regiões de Barão Geraldo e Cidade Universitária.

Segundo a PF, o homem detido negou que compartilhava as imagens, o que agravaria ainda mais as acusações contra ele. Essa informação está sendo melhor investigada, uma vez que os federais chegaram até ele por meio de fotos veiculadas e distribuídas em vários países. O computador do acusado passará por perícia especializada.

Segundo a Polícia Federal, as investigações do caso foram intensificadas no mês passado, após o Núcleo de Repressão aos Crimes de Ódio e à Pornografia Infantil na Internet (órgão central da Polícia Federal) receber alertas sobre o suspeito, provenientes do Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (NCMEC), uma organização privada sem fins lucrativos estabelecida em 1984 pelo Congresso dos Estados Unidos.

Segundo a polícia, o investigado usava de artifícios digitais para tentar ocultar a obtenção e compartilhamento das imagens pornográficas de crianças. Porém, cruzamentos de dados levaram à sua identificação. Em seu depoimento à Polícia Federal, o acusado alegou que apenas arquivava imagens, o que caracteriza posse de material ilícito e pode levar à pena de quatro anos de prisão. Já a pena para o compartilhamento de imagens de abusos sexuais o levaria a seis anos de prisão.

A Polícia Federal informou que há vasto material apreendido com o acusado, envolvendo crimes contra crianças e adolescentes, para ser avaliado. Não se descarta que a investigação possa levar o suspeito a uma pena de até 20 anos de cadeia.

O mandado de busca e apreensão cumprido na casa do investigado foi expedido pela 9ª Vara Federal de Campinas. Pela posse do material apreendido ontem, o acusado responderá como incurso nas penas previstas no artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com pena de um a quatro anos de reclusão. Todos os materiais apreendidos - pen-drives, celular, HD, tablet e notebook - serão encaminhados para exames periciais, que poderão confirmar se o preso cometia outros crimes.

Entre os crimes apurados estão: produção das imagens de abusos sexuais de menores, compartilhamento das imagens e estupro de vulnerável, crime previstos no Estatuto da Criança e Adolescente e no Código Penal, que somados podem levar a pena a ultrapassar 20 anos de prisão. As investigações seguem sob responsabilidade da Polícia Federal, mas em segredo de Justiça por envolver crianças e adolescentes como vítimas.

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