Cinco anos após a morte do estudante Denis Papa Casagrande, a Justiça marcou para 4 de dezembro o julgamento de Maria Tereza Peregrino
Cinco anos após a morte do estudante Denis Papa Casagrande, a Justiça marcou para 4 de dezembro o julgamento de Maria Tereza Peregrino, acusada pelo assassinato ocorrido numa festa no Ciclo Básico da Unicamp. De acordo com o juiz José Henrique Rodrigues Torres, da 1ª Vara de Campinas, o júri terá início às 9h30, com previsão de 11 depoimentos de testemunhas de acusação e defesa. O jovem tinha 21 anos quando foi espancado até a morte durante uma briga. Segundo a Polícia Civil, ele foi atacado por engano, sendo confundido por outro homem que teria assediado Maria Tereza, que integrava um grupo narcopunk. Casagrande morreu de hemorragia após levar uma facada no peito e ter sido agredido por dezenas de rapazes. Maria Tereza confessou ter esfaqueado o estudante, mas alegou legítima defesa, e cumpre prisão preventiva no CDP feminino de Franco da Rocha desde junho de 2016. No mesmo dia do crime, a arma utilizada — uma faca de cozinha — foi localizada enterrada em um ponto de ônibus na Unicamp, após Maria Tereza ter levado policiais ao local. O namorado de0 Maria Tereza na época, Anderson Mamede, foi indiciado como coautor do crime e foi condenado em outubro do ano passado a 18 anos de prisão, sendo considerado culpado pelo júri para o crime de homicídio triplamente qualificado: motivo fútil, emprego de meio cruel e uso de recurso que dificulta a defesa da vítima – ele confessou ter utilizado um skate para bater em Casagrande. Além do casal, André Ricardo de Souza Motta também foi indiciado por participação. Ele chegou a ser absolvido, mas o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo determinou que seja realizado um novo julgamento, ainda sem data definida. Casagrande cursava Engenharia de Controle e Automação, enquanto seus agressores sequer estudavam na Unicamp. A família de Casagrande é de Piracicaba e deve acompanhar o julgamento, Repercussão Após a morte de Casagrande, a Unicamp aceitou a proposta do então governador Geraldo Alckmin (PSDB) para que a Polícia Militar circulasse nas áreas internas. Mas a decisão gerou polêmica e um grupo de estudantes ocupou a reitoria por 13 dias em protesto contra a medida. O ato foi encerrado somente após a instituição se comprometer a não firmar convênio com a corporação.