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Acordo prevê satélite remoto de alta resolução

O projeto Carponis 1 deverá resultar no primeiro satélite remoto de alta resolução espacial desenvolvido no País

Da Agência Anhanguera
31/05/2019 às 08:02.
Atualizado em 03/04/2022 às 02:00

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, assinaram ontem, em Campinas, um protocolo de intenções para o desenvolvimento de um satélite de alta definição que vai permitir à Embrapa ampliar o monitoramento das áreas utilizadas pela agropecuária no País. O protocolo foi assinado ontem, para lembrar os 30 anos da Embrapa Territorial. Considerado um dos destaques do programa de sensoriamento remoto brasileiro, o projeto Carponis 1 deverá resultar no primeiro satélite remoto de alta resolução espacial desenvolvido no País. De acordo com o capitão de fragata e membro da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais da Força Aérea, Marcio Costa, o Carponis vai permitir o detalhamento inédito de imagens. Segundo Costa, os aparelhos usados hoje para monitoramento da agricultura, por exemplo, têm resolução de 20 metros. Com o Carponis o nível de detalhamento vai baixar para menos de 1 metro. “Nós poderemos ver com muito mais precisão questões como taxa de desmatamento”, diz. “Poderemos mapear queimadas, além de inúmeros outros usos na agricultura e na agropecuária”, acrescenta o capitão. A expectativa é que o novo satélite possa ser lançado até 2022. O satélite faz parte de uma das constelações do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (Pese), que integra o Programa Espacial Brasileiro e deve integrar as metas estratégicas para a inovação da Embrapa, segundo seu diretor científico Celso Moretti. O projeto está a cargo da Força Aérea Brasileira (FAB), mas não terá apenas aplicação militar. A Embrapa será operadora civil do equipamento e empregará as imagens espaciais nos estudos da produção de alimentos, fibras e energia no País. A Embrapa Territoral utiliza imagens de satélites em seus trabalhos há quase 30 anos. No entanto, a dependência de imagens de alta resolução adquiridas por satélites controlados por outros países impõe limitações, além de custos elevados. Normalmente, trabalha-se com as imagens que estão disponíveis nos catálogos das empresas que as comercializam. Outra possibilidade é encomendar os registros, porém, isso demanda tempo entre a solicitação e a entrega. A operação de um satélite pelo Brasil possibilitará mais autonomia e rapidez. “Poderemos programar e direcionar o satélite para aquisição de imagens de alvos específicos. Isso evitará a compra de imagens obsoletas e otimizará o tempo de resposta no recebimento dessas imagens”, observa a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Territorial, Lucíola Magalhães.

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