ACL dá posse a Ana Maria Melo Negrão

“Tenho duas paixões na vida: a escrita e Campinas!”. Assim a escritora, pesquisadora, professora e historiadora Ana Maria Melo Negrão define sua linha de atuação. Ana Maria é a mais recente integrante da Academia Campinense de Letras (ACL), ocupando a cadeira de número 8, que tem como patrono Hildebrando Siqueira e como último titular seu filho, Francisco Isolino Siqueira. Ela toma posse hoje. “Essa posse é motivo de grande responsabilidade e emoção, por ter sido eleita para a cadeira de um grande amigo e colega, tanto na militância da advocacia como no magistério superior, e no amor que nos une, que são as letras e a pesquisa sobre Campinas”, afirma a escritora.

Com graduação em letras anglo-germânicas e Direito e mestrado e doutorado em educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde atua ainda como pesquisadora, Ana Maria se divide entre as aulas, a advocacia e as pesquisas para o novo livro, o sexto, em fase de finalização. “O livro é sobre a prostituição em Campinas nas décadas de 30 a 60, perpassando os códigos morais, sociais e religiosos, definindo os papeis feminino e masculino e a cultura de frequência aos bordeis antes do confinamento no Jardim Itatinga”, conta, explicando que tem se baseado principalmente na história oral “que complementa o que os documentos silenciam”.

Para o presidente da ACL, Agostinho Tavolaro, a eleição de Ana Maria foi mais do que merecida. “Ela tem um currículo impressionante, é digna de ocupar a cadeira. Aliás, todos os candidatos eram muito bons. Ana Maria foi eleita disputando com ótimos candidatos. Tenho certeza de que será de grande valia para a ACL, por ser uma pessoa muito ativa”, afirma.

Uma das pesquisas desenvolvidas por Ana Maria foi sobre a febre amarela. O trabalho rendeu os livros Arcadas do Tempo — o Liceu tece 100 anos de História (1997) e Infância, Educação e Direitos Sociais (2004), que foi sua tese de doutorado. Ana Maria ocupa a 39ª vaga da ACL.