REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS

Acic projeta crescimento no comércio para o Dia dos Pais

Estimativa é que faturamento seja 6,51% maior nas vendas presenciais em relação ao feriado do ano passado

Luis Eduardo de Sousa/ [email protected]
08/08/2023 às 08:52.
Atualizado em 08/08/2023 às 08:52
Estabelecimento anunciou promoção para a data e adotou uma maneira peculiar de atrair os consumidores ao colocar bigodes nos manequins; vestuário deve liderar procura (Alessandro Torres)

Estabelecimento anunciou promoção para a data e adotou uma maneira peculiar de atrair os consumidores ao colocar bigodes nos manequins; vestuário deve liderar procura (Alessandro Torres)

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) deve ter um incremento de R$ 9,7 milhões nas vendas “tête-à-tete” do comércio varejista para o Dia dos Pais, segundo projeção da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic). Conforme a estimativa, as vendas físicas devem somar aproximadamente R$ 158,7 milhões, aumento de 6,51% na comparação com os R$ 149 milhões vendidos em igual período do ano passado.

Já o comércio digital deve ter aumento menos expressivo, de 3,25%. A previsão é de R$ 127 milhões em vendas, ante R$ 123 milhões registrados no ano passado. Para Mario Eduardo Campos, gerente administrativo-financeiro da Acic, dois recentes fatores macroeconômicos devem influenciar positivamente as vendas neste ano: o programa de quitação de dívidas lançado pelo governo federal, o Desenrola, e o recuo, ainda que pequeno, na taxa básica de juros.

As duas modalidades de comércio juntas (digital e física) devem somar R$ 363,6 milhões, 5,39% mais que no ano passado, quando o desempenho foi de R$ 345 milhões.

Só em Campinas, o faturamento deve atingir R$ 77,9 milhões, incremento de R$ 4,9 milhões na comparação com 2022. “A data é considerada como a ‘largada’ do segundo semestre, que ainda tem o Dia das Crianças, as liquidações de fim de ano e o Natal como ‘impulsionadores do comércio’”, diz a Acic.

Os produtos mais procurados devem ser, pela ordem, vestuário e calçados, perfumes, eletrônicos, vales-presentes, além dos gastos com a alimentação fora de casa na data especial.

Na análise do economista José Augusto Gaspar Ruas, coordenador do curso de ciências econômicas das Faculdades de Campinas (Facamp), o crescimento total e segmentado é pequeno se considerada a inflação desde o ano passado, mas razoável dentro da atividade econômica como um todo.

“Essa estimativa aponta para um crescimento que é pequeno, já que a inflação desde o último Dia dos Pais foi de cerca de 4%, o que representa um crescimento de apenas 2%. No entanto, espera-se que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha uma redução para o segundo trimestre. Portanto, acaba por ser um aumento razoável”, opina Ruas.

O economista acrescenta que “as medidas do governo federal vão ajudar para os próximos trimestres, sobretudo o comércio mais formalizado, devido a melhores condições de crédito”.

Recentemente duas medidas sinalizaram, para a população de baixa renda, maior acessibilidade ao mercado de crédito. A primeira delas é o próprio Programa Desenrola, lançado no fim do mês passado, que cria uma negociação direta e promove descontos entre instituições financeiras e seus credores com vistas a reduzir a inadimplência no país. De acordo com o governo federal, mais de 2,5 milhões de pessoas já foram beneficiadas e limparam o nome desde o início do programa.

A outra é a redução da taxa básica de juros, a Selic, pelo Banco Central em 0,5 ponto percentual, se fixando em 13,25%.

“Nós estamos voltando agora aos níveis pré-pandemia. Portanto, falar em aumento de 6% é dizer que estamos quase chegando ao que registrávamos até 2019”, avalia Mário Eduardo Campos. “Esses 6% são sempre positivos e estamos trabalhando com um pouco mais de otimismo devido ao Desenrola, pois com o nome limpo tem o crédito. Com o crédito, as pessoas voltam a consumir mais, a parcelar suas compras. Isso beneficia e reaquece o comércio de rua, que tem um processo de venda mais transparente que o e-commerce", complementa.

Em uma loja de calçados na Rua 13 de Maio, coração do comércio, a supervisora já notou um aumento de 12% nas vendas nos primeiros dias de agosto, comparado ao mesmo período de 2022. Com a aproximação do Dia dos Pais, ela estima um aumento de 20% no valor total de vendas.

“O nosso comércio, de rua, voltado para o popular, depende do crédito. Portanto, as medidas de incentivo à obtenção desse crédito são fundamentais. Estamos notando um crescimento relativamente alto - e não apenas nessa unidade, mas em todas as 18 espalhadas pela cidade”, conta Francine Lima.

No estabelecimento, diz a supervisora, o ticket médio está em cerca de R$ 200,00. Conforme a projeção da Acic, em âmbito geral, o gasto médio com as compras deve ser de R$ 150,00, R$ 32,00 mais caro que o registrado no ano passado, quando o valor médio registrado foi de R$ 128,00.

Ana Carolina dos Santos, de 26 anos, trabalha como atendente e aproveitou a folga no trabalho para ir com a filha Lorena, de 5 anos, comprar o presente para o pai. Ela optou por vestuário, um dos produtos mais procurados.

“Quero comprar um conjunto de frio, de até uns R$ 150,00, para não deixar passar em branco. Compro, os filhos entregam e a obrigação está cumprida”, comenta entre risos.

A jovem prefere comprar no comércio de rua pela facilidade e costuma recorrer ao calçadão para assim proceder. “Moro ao lado do shopping, mas aqui tem mais opções”, finaliza.

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