Acesso a Viracopos já é a 2ª via com mais multas

O número de multas de trânsito aplicadas em Campinas caiu em quase 8,5% no ano passado, com registro de 553.157 autuações, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec). Entre os cinco endereços em que os motoristas mais são multados, a Avenida John Boyd Dunlop é a líder, com 55.888 penalidades, seguida pela Avenida José Amgarten, que dá acesso ao Aeroporto Internacional de Viracopos, estreante no ranking com 30.528 autuações mesmo tendo seus dois radares ativados somente em 13 de maio. De acordo com os dados divulgados, o Túnel Joá Penteado, que aparecia em segundo no ranking de 2014, passou para a terceira posição, com 29.860 registros. Completam o “top cinco”, as avenidas José de Souza Campos (Norte-Sul) e Lix da Cunha, com 25.828 e 25.316 autuações respectivamente. A Norte-Sul estreou no ranking e a Lix desceu uma posição em relação ao ano anterior, quando estavam entre os primeiros endereços da lista a Avenida Dr. Moraes Salles e o Viaduto Miguel Vicente Cury. Por outro lado, as cinco principais infrações de trânsito permanecem as mesmas dos dois anos anteriores e mais uma vez a maioria foi cometida pelos motoristas por dirigir acima da velocidade máxima permitida (51,12%). A segunda penalidade mais comum foi o avanço de sinal vermelho (18,48%), seguida pelo estacionamento irregular (9,42%), o uso de celular enquanto dirige (4,54%) e a falta de uso do cinto de segurança (4,19%). Do total de multas aplicadas, 70% foram por fiscalização eletrônica e o restante por agentes da Mobilidade Urbana. Já a porcentagem de veículos campineiros alvos de multas reduziu de 61,5% em 2014 para 58,7% em 2015, que registrou 324.504 multas para placas de Campinas. Os veículos da Região Metropolitana de Campinas (RMC) receberam 93.932 autuações (17%), de outras cidade do Estado, 101.505 (18,35%), e de outros Estados, 33.216 (6%). Apesar da diminuição da arrecadação de R$ 65,2 milhões em 2014 para R$ 62,6 milhões no ano passado, o secretário de Transportes e presidente da Emdec, Carlos José Barreiro, vê de forma positiva a redução de multas mesmo com 60 agentes de trânsito a mais na cidade em 2014, o que representa 20% do quadro de profissionais da área, pois significa uma maior conscientização dos motoristas. “Nossa preocupação é: se nós conseguimos fazer uma redução cada vez maior dessa quantidade de multas, esquecendo que aí tem um pouco da crise de um ano para outro, vamos pensar mais no lado da conscientização, acho que o objetivo é esse. Significa que as pessoas estão respeitando a lei, consequentemente estão correndo menos riscos nas ruas de sofrer acidentes”, esclareceu. A crise econômica, no entanto, também ajudou nessa redução, segundo Barreiro, que notou uma menor circulação de carros nas ruas. Motoristas autuados também têm deixado o pagamento de multas para segundo plano. “Um quarto das multas eram pagas na data do vencimento e hoje nós estamos em 17%.” Fiscalização vai mirar os ‘acumuladores’ de infração O objetivo agora, segundo Barreiro, da Emdec, é tirar de circulação os chamados “acumuladores de autuações”. Dos 894.223 veículos registrados em Campinas pelo Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran/SP), 62% deles foram multados, no entanto somente entre os cinco carros mais multados foram somadas ao menos 1,4 mil multas, sendo que um GM Vectra CD acumulou sozinho 362 infrações. Além disso, 93.263 veículos receberam entre duas e cinco autuações, 6.112, entre seis e dez, e 1.806 ultrapassaram dez autuações. Para que o desrespeito no trânsito diminua, Barreiro mencionou duas medidas: o uso de talonários eletrônicos até o início do ano que vem pelos agentes, que terão disponíveis a situação do veículo em autuação para que a polícia possa ser acionada, e a divisão da cidade em círculos, no que chamou de “cerca eletrônica” — com sistema de reconhecimento de placas vinculado à Central Integrada de Monitoramento de Campinas (CIMCamp) —. até o meio do ano que vem. “Vai ser fácil identificar esses infratores contumazes para que haja realmente uma repressão a essas pessoas, que estão aí na rua colocando a vida deles e a de outras pessoas em risco”, promete. (JH/AAN)