LUTO

Acadêmica Maria José M.Pupo Nogueira morre em Campinas

Maria José foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Campinense de Letras (ACL), desde 2 de junho de 1969, e a primeira campineira a ser premiada pela Academia Brasileira de Letras

Inaê Miranda
19/06/2015 às 18:20.
Atualizado em 28/04/2022 às 15:24
Morreu ontem em Campinas, aos 102 anos, a acadêmica Maria José de Morais Pupo Nogueira, ocupante da cadeira 33 da Academia Campinense de Letras. (  Cedoc/RAC)

Morreu ontem em Campinas, aos 102 anos, a acadêmica Maria José de Morais Pupo Nogueira, ocupante da cadeira 33 da Academia Campinense de Letras. ( Cedoc/RAC)

Morreu nesta sexta-feira, 19, em Campinas, aos 102 anos, a acadêmica Maria José de Morais Pupo Nogueira, ocupante da cadeira 33 da Academia Campinense de Letras. Ligada à cultura e às artes, dirigiu dois teatros de Campinas e escreveu quatro livros de literatura. Além de levar o nome da cidade para o cenário nacional, chegou a lugares até então dominado por homens. Maria José foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Campinense de Letras (ACL), desde 2 de junho de 1969, e a primeira campineira a ser premiada pela Academia Brasileira de Letras. Filha de fazendeiro, vivenciou as transformações pelas quais Campinas passou ao longo do século em que viveu. Viu o pai obedecer ao pedido desesperado do governo para queimar sacas de café. Conviveu com personalidades ilustres de Campinas, como José de Castro Mendes, de quem seu marido era neto. E foi fã de carteirinha do cunhado, Paulo Mendes Pupo Nogueira, o Paulinho Nogueira, compositor reconhecido internacionalmente pelo talento. Foi diretora do departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de Campinas e do Teatro Municipal. Ainda jovem começou a escrever livros de literatura, premiados em todos os cantos do País, como Natal Solitário, Céu Escuro, Ana e O Órfão e a Mulata. Manteve sua produção literária ativa até cinco anos atrás. Agostinho Toffoli Tavolaro, presidente da Academia Campinense de Letras, considerou a perda irreparável para a Cultura de Campinas. "Casada com o também acadêmico, Stênio Pupo Nogueira, falecido no ano de 2003, foi uma ativa intelectual e brilhante cultora das letras, sendo de se lembrar que, no chá comemorativo do Dia Internacional da Mulher, no ano de 2013, aos 99 anos, recitou inteiramente de memória na Academia, soneto de sua autoria", afirmou Tavolaro. Amiga da família, Regina Mendonça de Barros, diz que Maria José fez uma passagem gloriosa em Campinas. "Era uma pessoa querida, engraçada e companheira. E contribuiu muito com a história da cidade. Entrou num sono profundo e agora está em um lugar melhor" , disse. A escritora deixou os filhos Spencer de Morais Pupo Nogueira, Clirian Morais Pupo Nogueira e Maria José Pupo Nogueira, além de seis netos e oito bisnetos. O enterro de Maria José ocorrerá às 10h deste sábado, 19, no Cemitério da Saudade.

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