ACL, que segue os moldes da Academia Brasileira de Letras, é composta de 40 cadeiras
A Academia Campinense de Letras (ACL) é um órgão linguístico e literário de Campinas, fundado em 17 de maio de 1956. Em 1956, o linguista Francisco Ribeiro Sampaio, então secretário municipal de Educação e Cultura e titular da cadeira de filologia portuguesa na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, fundou a Academia Campinense de Letras (ACL), com o objetivo de reunir os literatos da cidade. A sessão de posse e instalação ocorreu em 22 de novembro do mesmo ano, tendo sido eleito como primeiro presidente o próprio professor Sampaio, para um mandato de dois anos. Seguindo os moldes da Academia Brasileira de Letras, a ACL é composta de quarenta cadeiras de provimento vitalício. Foram escolhidos, na ocasião de sua fundação, 16 nomes para formar o corpo acadêmico dos fundadores. Esses, por sua vez, elegeram outros 24 intelectuais para compor o primeiro quadro de imortais. O jornalista Luso Ventura, antigo editor-chefe do extinto Diário do Povo, teria se desentendido com Francisco Ribeiro Sampaio e recusou-se a tomar posse. Os motivos da desavença não são claros até hoje. Tudo indica que Ventura não aceitou o fato de o poeta Paranhos de Siqueira não ter sido indicado para a academia. (...). Também são misteriosos os motivos que levaram à não-nomeação de Paranhos de Siqueira. Tratava-se de um poeta importante à época. “É inconcebível que não estivesse entre os 40. O verdadeiro motivo é: eles exigiam o diploma de curso superior, o que era uma imposição elitista, e Siqueira, assim como a maioria da população da época, não o tinha”, conta o escritor Sérgio Caponi. Em 11 de novembro de 1970, 14 anos após a criação da Academia Campinense de Letras, Luso Ventura foi um dos fundadores de outra academia, a Academia Campineira de Letras e Artes, juntamente com o poeta Paranhos de Siqueira, o jornalista e escritor Rubem Costa e o poeta, historiador e radialista Jolumá Brito. No campo das Letras, Campinas possui, portanto, duas academias literárias: a Academia Campinense de Letras e a Academia Campineira de Letras e Artes.