DIA MUNDIAL DA LIMPEZA

Ação no Centro de Campinas recolhe 24,7 kg de lixo

Grupo de voluntários, formado majoritariamente por mulheres, saiu às ruas para inspirar e conscientizar a população, além de ajudar a limpar a cidade

Alenita Ramirez/ [email protected]
17/09/2023 às 09:24.
Atualizado em 17/09/2023 às 15:29
O material mais recolhido foi o papel, acumulando 11,8 kg, sendo seguido pelo plástico, com 5,76 kg; o metal foi o menos coletado entre os tipos de lixos encontrados pelos voluntários, com 0,38 gramas (Alessandro Torres)

O material mais recolhido foi o papel, acumulando 11,8 kg, sendo seguido pelo plástico, com 5,76 kg; o metal foi o menos coletado entre os tipos de lixos encontrados pelos voluntários, com 0,38 gramas (Alessandro Torres)

Ao menos 24,7 kg de lixo foram recolhidos por um grupo de 40 voluntários na região do Centro de Campinas em uma ação para lembrar o “Dia Mundial da Limpeza”, que foi no sábado (16). O grupo percorreu as ruas perpendiculares à Praça José Bonifácio, mais conhecida como a Praça da Catedral Metropolitana, entre a Avenida Francisco Glicério e até a Avenida Senador Saraiva.

O material mais recolhido foi o papel, acumulando 11,8 kg. Na sequência, veio o plástico, com 5,76 kg. Somente de bitucas de cigarros foram 400 g. O metal foi o menos coletado entre os tipos de lixos encontrados pelos voluntários, com 0,38 g.

“Os catadores pegam metal para as vendas de recicláveis, mas o que mais nos impressionou foi a quantidade de bitucas de cigarro, que é um material tóxico”, comentou a líder da Organização da Sociedade Civil (OSC) Grupo Mulheres do Brasil em Campinas, Denise Ferreira. “Precisamos de mais ações como essa para evitar a quantidade de resíduos nas ruas”, enfatizou.

A ação aconteceu no mundo inteiro e no Brasil atingiu aproximadamente 155 cidades. Em Campinas, ela foi realizada em três locais, além do Centro. O movimento foi organizado pelo Limpa Brasil. No município, a organização coube à OSC Mulheres do Brasil e ao Lixo Zero Brasil, com apoio da Associação de Senhoras, Familiares, Amigos dos Rotarianos (Asfar), Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, entre outros.

Munidas de luvas nas mãos, vassouras e sacos plásticos, o grupo, formado majoritariamente por mulheres, percorreu as vias em busca de material descartado por transeuntes e por pessoas em situação de rua. O objetivo era coletar o máximo de material jogado em qualquer local e mostrar aos pedestres que eles também podem fazer sua parte, fazendo o descarte em locais corretos e também recolhendo o que o outro descarta indevidamente. Na sexta-feira (15), a Secretaria de Serviços Públicos instalou dois Pontos de Entrega Voluntária (PEV) para materiais recicláveis, em frente à Catedral Metropolitana.

“O lema de nossa ação é: a cidade limpa não é aquela que se limpa o tempo todo, mas aquela que nunca se suja”, disse Rogério Menezes, secretário do Verde.

É a primeira vez que a ação, que é anual, acontece na região do Centro de Campinas; geralmente o trabalho se concentra em rios e parques (Alessandro Torres)

É a primeira vez que a ação, que é anual, acontece na região do Centro de Campinas; geralmente o trabalho se concentra em rios e parques (Alessandro Torres)

Segundo a embaixadora da OSC Lixo Zero, Mirelli Navarro, apesar de a ação acontecer anualmente em Campinas, esta é a primeira vez que acontece na região central. Segundo ela, geralmente o trabalho é feito em rios e parques.

Menezes explicou que a escolha pelo Centro nesta edição se deve ao fato de ser um local com grande movimentação de pedestres e de visibilidade, apropriado para inspirar e conscientizar as pessoas. “Queremos chamar a atenção para que cada um faça sua parte, seja na calçada da frente de sua casa, na escola, no seu ambiente. É preciso aumentar o nível de conscientização para que a sociedade possa viver melhor”, enfatizou o secretário.

As amigas Carol Silva Santos, de 22 anos, e Adriele Laura, de 24 anos, estavam no Centro e notaram a ação dos voluntários. Elas admitiram que, até então, não sabiam que havia um dia no ano destinado à conscientização da limpeza.

“Nossa, é muito válido isso, pois temos que ter alguma atitude para mudar o mundo”, disse Adriele. Ela contou que carrega na bolsa uma sacola os lixos que ela consegue juntar durante os passeios que faz. “É o mínimo que temos que fazer para ajudar o planeta. Eu guardo tudo e jogo quando chego em casa”, frisou.

A dona de casa Beth Afonso, de 60 anos, é moradora de Valinhos e aproveitava a manhã para passear com as filhas e netas enquanto o evento acontecia. Fumante, Beth contou que, durante a caminhada pelo calçadão da 13 de Maio, andou muito em busca de algum local para depositar a bituca de cigarro, mas não encontrou nada, apenas lixeiras entupidas de material que em contato com a bituca pode gerar fogo.

“Apaguei a bituca e coloquei na minha bolsa. Seria bacana se tivesse nas vias públicas uma caixa com areia para os fumantes descartarem. Não podemos descartar o cigarro em qualquer local”, sugeriu a dona de casa, que gostou da ação dos voluntários.

Os lacres e tampinhas recolhidos na ação serão destinados para a Asfar. Os demais materiais recicláveis seriam levados para uma cooperativa. Todos os sacos recolhidos foram levados pela empresa Campi Ambiental.

Bastante movimentada, a área central da cidade conta com algumas lixeiras para que a população não descarte o lixo em qualquer lugar (Alessandro Torres)

Bastante movimentada, a área central da cidade conta com algumas lixeiras para que a população não descarte o lixo em qualquer lugar (Alessandro Torres)

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