violência dos agentes

Ação de PMs em escola de Campinas pode acabar em processo disciplinar

Governador promete rigor contra agentes acusados de violência ao dispersar briga no Francisco Glicério

Isadora Stentzler
27/05/2022 às 10:22.
Atualizado em 27/05/2022 às 15:57
Estudantes usam a quadra da escola, onde ocorreu a briga entre os estudantes e os agentes da PM: empurra-empurra e uso de força para a contenção (Ricardo Lima)

Estudantes usam a quadra da escola, onde ocorreu a briga entre os estudantes e os agentes da PM: empurra-empurra e uso de força para a contenção (Ricardo Lima)

O governador do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), afirmou que, se for constatado excesso policial em ação na Escola Estadual Francisco Glicério, em Campinas, será aberto um processo disciplinar contra os agentes envolvidos. Quinta-feira (26), um estudante da escola precisou ser encaminhado desacordado ao Hospital Dr. Mário Gatti, após uma equipe da PM ser chamada para conter uma briga na unidade.

“Quanto a esse incidente da escola de Campinas, eu não tenho informação detalhada, mas confio na Polícia Militar de São Paulo. Se houve excesso, a própria corporação vai abrir procedimento disciplinar de investigação para, eventualmente, apurar culpados em relação a isso”, disse o governador durante coletiva com a imprensa. 

Importunação

A confusão na escola começou quando uma estudante denunciou que havia sofrido importunação sexual por parte de outro aluno. Como a sua denúncia não teria sido acolhida pela direção, os colegas partiram para a agressão contra o acusado de abuso.

A Polícia Militar (PM) foi acionada para atender o caso e chegou a fazer uma barreira, a fim de retirar o aluno denunciado de importunação. 

Em um vídeo divulgado na rede social de uma estudante, é possível ver um grupo de estudantes no pátio da escola. Os policiais estão entre eles e, em determinando momento, é possível ver um agentel levantando um cassetete. Também é possível observar os agentes empurrando os alunos. 

Na ação, um dos estudantes ficou desacordado e foi encaminhado ao Hospital Municipal Dr. Mário Gatti para atendimento. Ele foi liberado ainda na tarde de ontem (26). 

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que a Polícia Militar foi acionada para atender a uma ocorrência de assédio e que policiais também foram lesados. “As equipes compareceram ao local e foi preciso conter os estudantes que estavam alterados. Um aluno e um policial tiveram lesões leves e foram encaminhados para o hospital da região”, relatou um trecho da nota.

A ocorrência foi registrada na Delegacia de Polícia da Infância e da Juventude (DIJ) de Campinas, que ficará responsável pela investigação do ocorrido. 

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) também emitiu nota sobre o acontecido e afirmou que repudia “todo e qualquer tipo de violência dentro e fora das escolas.” “O desentendimento inicial entre dois estudantes foi mediado pela direção da unidade, com a presença do responsável pela aluna. Houve entendimento entre as partes e os dois estudantes voltaram normalmente às aulas. Na hora do intervalo, porém, outros estudantes se envolveram e um conflito generalizado, de forma que a direção da escola decidiu acionar a Ronda Escolar. Dois estudantes precisaram de atendimento médico e os responsáveis foram chamados para acolhimento e esclarecimentos dos fatos”, explicou.

A Seduc ainda registrou um Boletim de Ocorrência e informou que o caso será inserido na Plataforma Conviva SP - Placon, que acompanha o registro de ocorrências escolares na rede estadual de ensino. Ela disse ainda que a escola “coloca à disposição dos estudantes o atendimento pelo Programa Psicólogos na Educação”. 

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