A ação também contou com a colaboração da Secretaria de Fazenda do DF que destacou 18 auditores fiscais para compor as equipes
Numa das maiores operações policiais de sua história, cerca de 450 policiais, três aeronaves e 100 viaturas cumprem desde o início da manhã desta segunda-feira (30), aproximadamente 120 mandados de prisão preventiva, prisão temporária, buscas e apreensões, assim como interdições de lojas em três estados - Distrito Federal, São Paulo e Goiás. A operação foi deflagrada em sete cidades, sendo quatro na região de Campinas: Valinhos, Hortolândia, Indaiatuba, além de Campinas. Os demais são cumpridos em Brasília, Goiânia e Águas-Lindas. A operação também contou com a colaboração da Secretaria de Fazenda do DF que destacou 18 auditores fiscais para compor as equipes e efetuar as devidas autuações administrativas. O objetivo da operação é desarticular uma organização criminosa especializada no roubo de veículos, desmanche e remessa das partes para revenda em outros estados, em especial, lojas de autopeças localizadas no setor H. Norte de Taguatinga. Foi apurado que a ORCRIM já teria enviado ao DF, na última década, pelo menos 2 mil carros cortados. A operação foi batizada de Rota da Seda em alusão às diversas rotas comerciais que na antiguidade se originavam na Ásia e faziam chegar aos europeus diversos produtos sem que eles soubessem a que preço isso acontecia. A investigação demonstrou que os veículos eram subtraídos em Campinas e na região, cortados em galpões gigantes e imediatamente remetidos às lojas do DF. Era uma verdadeira indústria de roubo/furto de carros e desmanches. Pelo menos seis caminhões diferentes eram usados no transporte das peças. Cada caminhão comportava em média 10 veículos cortados. Eles chegavam a transcorrer o percurso DF-GO-SP até três vezes na semana, indicando, portanto, um grande volume de carros roubados que eram inseridos no mercado de autopeças. Para ludibriar a fiscalização rodoviária, eram emitidas notas fiscais frias. Todos os números de identificação do chassi também eram suprimidos, impedindo que fosse possível identificar e vincular as peças transportadas a ocorrências de roubos/furtos em SP. Todos os indiciados irão responder por organização criminosa, roubo qualificado, receptação qualificada, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e fraude tributária. As lojas dos criminosos foram interditadas e todos os estoques de peças sem procedência serão apreendidas para futuro perdimento. As penas máximas somadas podem ultrapassar os 30 anos de prisão. Também houve a decretação de amplo bloqueio patrimonial, havendo congelamento de contas bancárias, registro de imóveis e carros. Os presos em outros estados foram recambiados ao DF e se encontram à disposição da 2ª Vara Criminal de Taguatinga.