PANDEMIA

Abril deve bater março em número de mortes

Mês ainda nem acabou e covid já tirou a vida de 444 pessoas

Rodrigo Piomonte/ Correio Popular
rodrigo.piomonte@rac.com.br
23/04/2021 às 11:42.
Atualizado em 21/03/2022 às 21:50

Familiares em funeral de vítima da covid no Cemitério da Saudade: cena cada vez mais comum em abril, mês mais letal da pandemia (Diogo Zacarias/ Correio Popular)

Em meio ao relaxamento da fase mais restritiva da quarentena imposta pelo prefeito Dário Saadi (Republicanos), Campinas deve chegar a três mil mortes por covid até o final de abril. Considerando uma comparação como o mesmo período de março, este mês já se apresenta como possivelmente o mês mais letal desde o início da pandemia.

Até então, março de 2021 detinha o topo de ranking de letalidade na cidade, com 560 óbitos em todo o mês, segundo os dados divulgados pela Prefeitura. Até esta quarta-feira, dia 21, no entanto, abril já somava 444 mortes, nove dias antes de terminar o mês. No mesmo período, em março, o total de mortes era de 276.

Ou seja, em 20 dias março registrou uma média de 13,8 mortes a cada dia. Em abril, a média está em 22,2 mortes diárias. Assim sendo, mesmo com a média do número de mortes caindo pela metade até o final do mês, são grandes as chances de abril registrar um número de óbitos maior que o mês anterior, se tornando o mês mais macabro desde o início da pandemia.

Ainda segundo o último balanço diário divulgado pela Prefeitura, do dia 20 de abril até ontem, Campinas registrou 39 mortes e 757 novos casos de coronavírus, totalizando 2.875 vidas perdidas e 89.391 infecções pela doença, pouco mais de um ano após a confirmação do primeiro caso e morte registrada na cidade. Em 30 de março de 2020, uma mulher de 86 anos morreu em uma casa de repouso no primeiro óbito por covid-19 na cidade.

Com uma média móvel de mortes, este mês, em 22,2 óbitos diários por covid-19 até dia 20 de abril, Campinas vai caminhando para o novo triste recorde. O valor apurado é 37% maior do que o registrado nos primeiros 20 dias de março.

Já a média diária de novos casos de covid-19 está em 334,65 neste mês, o que representa uma queda de 9% em relação aos 20 primeiros dias do mês passado.

Já a ocupação dos leitos públicos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) segue bastante elevada e ainda inspira preocupação. Dos 160 leitos disponíveis no SUS Municipal, 158 estão ocupados, o que equivale a 98,75% de taxa de ocupação. Há dois leitos livres.

Contando com os leitos da iniciativa privada, que somam 224, Campinas totaliza 384 leitos de UTI exclusivos para pacientes com covid-19. Na rede particular, no entanto, 178 estão ocupados, o que corresponde a 79,46% de ocupação. Há 46 leitos livres. Somando os leitos municipais e privados, a cidade conta com 87,5% de taxa de ocupação e 48 leitos livres.

De acordo com especialistas, quando a taxa de ocupação das unidades de terapia intensivas está acima de 80%, segue o risco de colapso no sistema de saúde. O total de pacientes em estado grave internados à espera por um leito público de enfermaria e UTI é de 22 pessoas. Esse número já foi superior a 230.

Apesar dos números recordes em março e a sinalização para a quebra desses recordes no mês de abril, o governo Dário avalia que os indicadores da covid-19 tiveram uma melhora significativa, considerando principalmente a redução na taxa de ocupação das UTIs e o total de pacientes internados, que já alcançou 100%.

Por isso, a gestão municipal começou a flexibilizar as restrições da quarentena quando reclassificou a cidade da fase emergencial, a mais rígida, para a fase vermelha e, posteriormente, seguindo o Governo do Estado reclassificando o município da fase vermelha, para uma nova etapa da quarentena, a chamada fase de transição, em vigor desde o último domingo.

Assim, comércios e atividades religiosas puderam reabrir, e outros serviços, como restaurantes, salões de beleza e academias, voltam a funcionar a partir de amanhã. Os estabelecimentos terão horário restrito e podem receber até 25% do público máximo. Especialistas avaliam como precoce a flexibilização e reforçam a necessidade da população manter o rigor das medidas sanitárias, como o uso de máscaras e o distanciamento social.

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