ACOLHIMENTO

Aberta nova casa para morador de rua

Serviço só vai receber os sem-teto indicados pela Secretaria de Assistência Social de Campinas

Agência Anhanguera de Notícias
04/05/2013 às 10:50.
Atualizado em 25/04/2022 às 17:40

A Prefeitura de Campinas firmou uma parceria com a Instituição Padre Haroldo e inaugurou na sexta-feira (3) em Campinas uma casa de acolhimento para os moradores de rua, no bairro Guanabara. A Nossa Casa não tem a função meramente assistencialista e não acolhe pessoas aleatoriamente.

“O morador não será acolhido se vier aqui e bater na porta. A casa é para pessoas indicadas pela Secretaria de Assistência Social e que são atendidas em outras unidades”, explicou a coordenadora Desiree Loschi.

Os atendidos podem ficar até quatro meses no local. Durante esse período, são inseridas no Sistema Único de Saúde (SUS) e acompanhados pela Assistência Social. Fazer um tratamento para colocar fim ao vício, muitas vezes presente entre os moradores de rua, é opcional. “Nosso objetivo é reaproximá-los da família e reinseri-los à sociedade e ao mercado de trabalho formal”, disse a coordenadora.

Os internos participam de oficinas de arte e fazem atividades físicas. Recebem atendimento psicológico e contam com a ajuda de uma terapeuta ocupacional. “Ajudamos a tirar os novos documentos e queremos que eles aprendam uma profissão.”

É feito um resgate de identidade junto aos moradores. Hoje 11 pessoas moram no local. “Uma pessoa que cumpriu pena, mora na rua e usa drogas é considerada a escória da sociedade. Eu não quero isso para mim. Eu quero mudar”, disse o morador da casa O.R., de 37 anos.

Ele contou que chegou ao local depois de buscar ajuda no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e em 11 dias sua vida já mudou. “Estou sem consumir drogas e minha autoestima melhorou. Outro dia mesmo procurei a minha mãe, porque eu acabei me afastando da família toda”, contou.

A secretária de Cidadania, Assistência e Inclusão Social, Jane Valente, explicou que a inauguração da casa é o primeiro passo para a reformulação do Serviço de Atendimento Ao Migrante Itinerante (Samim). “A ideia é criar espaços menores para que as pessoas tenham um atendimento mais humanizado e personalizado.”

Projeto

Outra parte desse projeto é a inauguração, nos próximos meses, do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), que deverá funcionar no Centro. Essa unidade terá não só a função de oferecer alimento e higiene, mas também de aproximar a pessoa que está morando na rua dos serviços públicos. O centro será formado por profissionais da Prefeitura e está previsto para ser instalado na Rua José Paulino. Também serão oferecidos no espaço cursos de capacitação profissional a sem-tetos. As atividades devem começar no segundo semestre.

Jane disse ainda que a Casa da Cidadania, que fornece alimentação e banho aos moradores de rua sob o Viaduto Miguel Vicente Cury também será reformulada. A casa é mantida por uma instituição beneficente.

“Nós queremos que as instituições que fornecem alimento na rua venham trabalhar conosco. E vamos discutir com a entidade a mudança que será feita na Casa da Cidadania”, afirmou.

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