REFORMA PERDIDA

A decadência da escola que já foi modelo

Completamente revitalizada há 4 anos, unidade no Jardim Satélite Íris 2 voltou a ser depredada

Cecília Polycarpo
cecília.cebalho@rac.com.br
15/08/2013 às 06:30.
Atualizado em 25/04/2022 às 05:23

Muro e prédios da escola voltaram a ser pichados por pessoas de fora e pelos próprios alunos: degradação ( Carlos Sousa Ramos/AAN)

Quatro anos depois de ser completamente reformada, a Escola Estadual Professora Glória Aparecida Rosa Viana, no Jardim Satélite Íris 2, em Campinas, está novamente entregue à degradação. Em 2009, o Correio publicou uma série de reportagens sobre o colégio, que estava tomado por pichações e atos de vandalismo. Depois de a situação ganhar visibilidade no jornal, a Secretaria de Estado da Educação investiu R$ 2,2 milhões na reforma da escola, que incluiu obras no banheiro, na caixa d’água, fiação elétrica, além da construção de um novo prédio com salas de aula e espaço multiuso. Mas o colégio ficou revitalizado por pouco tempo, segundo pais e alunos, e hoje as pichações novamente cobrem os muros e até os pátios internos.A nova ala é a mais depredada. Pichadores conseguiram deixar marcas no alto do prédio, e a sujeira pode ser vista de longe. No espaço onde aproximadamente 1,4 mil estudantes ficam durante o recreio, também há paredes pichadas. Funcionários contaram que os atos são cometidos por pessoas de fora e por estudantes, principalmente do período noturno. “A gente vê os meninos pichando, fala que é errado, mas não adianta. Eles fazem para aparecer. É status”, disse uma estudante de 14 anos, da 7 série. Banheiros também são alvo de reclamações de estudantes, principalmente os das meninas. “O banheiro, além de estar todo pichado, vive sujo. Eu tenho nojo de usar. Eles esperam umas duas semanas para limpar”, disse uma aluna de 15 anos.Mãe de uma estudante de 9 anos, Roseane Vieira dos Santos, de 29, afirmou que a escola tinha ficado “linda” depois da reforma. No entanto, disse, o ambiente saudável e limpo durou pouco tempo. “Demorou uns três meses para ela ser pichada novamente. Os pichadores não podem ver uma parede branquinha.” Para Roseana, faltam campanhas de conscientização contra a pichação. “Eles devem instruir os alunos, explicar que a escola é deles. É um patrimônio público”, disse.Mães e estudantes afirmaram ainda que é comum a falta de professores na unidade. “Ficamos uma semana sem um substituto para a professora de geografia, que saiu de licença. O professor que colocaram no lugar falta sempre”, disse uma adolescente de 15 anos.O parquinho em frente à escola também está com brinquedos quebrados e enferrujados. “A região toda está abandonada. Os policiais não fazem mais ronda escolar e todo dia tem briga na porta da escola”, acrescentou a jovem. Outro ladoPor nota, a Secretaria de Estado da Educação informou que “lamenta” os atos de vandalismo contra a escola. De acordo com o texto, todas as ações “cabíveis à área de educação” foram tomadas e reforçadas para coibir os atos. Ainda segundo a assessoria de imprensa da pasta, este ano, a unidade passou a contar com uma professora-mediadora, que desenvolve, entre outras ações, um projeto de cidadania junto aos alunos sobre a importância da conservação do patrimônio público. “Além disso, a unidade também passou a integrar o Programa Escola da Família, com a organização de atividades gratuitas aos finais de semana, abertas à toda a comunidade, e que visam aproximar a vizinhança escolar da unidade de ensino.”Sobre a oferta de professores, a secretaria informou que está com o quadro completo de docentes e, em caso de ausências pontuais, motivadas por licença médica, a rede conta com professores temporários. No caso do docente de geografia citado pela reportagem, a pasta disse que, por haver oficialmente um professor nomeado para essa vaga, sua ausência não pode ser suprida com a contratação de um novo profissional, mas as aulas são ministradas por substituto.A Secretaria de Serviços Públicos de Campinas informou que o parquinho deve entrar na programação de reforma da Secretaria de Parques e Jardins, mas não informou em que data a revitalização irá ocorrer. Já a Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que as rondas escolares ocorrem normalmente e todos os dias.

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