LITERATURA

50 anos da morte do Príncipe dos Poetas

Ensaísta de Campinas completaria 129 anos no próximo mês

Francisco Lima Neto/AAN
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30/06/2019 às 11:08.
Atualizado em 30/03/2022 às 20:17

Guilherme de Almeida, campineiro de primeira grandeza, eleito o Princípe dos Poetas, completaria 129 anos em julho, se estivesse vivo. Julho também é o mês de sua morte. Não por acaso, é o escolhido para a realização da já tradicional Semana Guilherme de Almeida, que neste ano marca os 50 anos da morte do ilustre filho da cidade das andorinhas, e promete espalhar poesia por todos os cantos. Para comemorar a vida e obra do grande poeta, que dá nome à rua no Distrito de Sousas, e também à Praça em frente ao Palácio da Justiça, no Centro, uma série de eventos está programada. O poeta e ensaísta nasceu em terras campineiras, em 24 de julho de 1890, e faleceu na Capital, em 11 de julho de 1969. Guilherme de Almeida estudou no Colégio Culto à Ciência, de Campinas, e São Bento e Nossa Senhora do Carmo, de São Paulo. Formado na Faculdade de Direito de São Paulo em 1912, dedicou-se à advocacia e à imprensa em São Paulo e no Rio de Janeiro. Foi redator de O Estado de São Paulo, diretor da Folha da Manhã e da Folha da Noite, fundador do Jornal de São Paulo e redator do Diário de São Paulo. Inquieto e não satisfeito com as atividades que já desempenhava, publicou em 1917, o livro de poesias Nós, iniciando sua carreira literária. Junto com A Dança das Horas e Messidor, ambos de 1919, Livro de Horas de Soror Dolorosa, de 1920, e Era Uma Vez, de 1922, com inspiração romântica, o alçou à categoria de um dos maiores líricos brasileiros. Aliás, em 1922, tendo seu irmão Tácito de Almeida — advogado, escritor, poeta e jornalista — como um importante organizador, participou da Semana de Arte Moderna, fundando depois a revista Klaxon, que divulgava os ideais modernistas. Ele percorreu o País promovendo as ideias da renovação artística e literária, através de conferências e artigos, adotando a linha nacionalista do Modernismo, segundo a tese de que a poesia brasileira “deve ser de exportação e não de importação”. Os seus livros Meu e Raça, de 1925, exprimem essa orientação fiel à temática brasileira. Guilherme de Almeida foi o primeiro modernista a entrar para a Academia Brasileira de Letras, em 1930. Sua entrada na Casa de Machado de Assis significou a abertura das portas aos modernistas. Sendo o terceiro ocupante da Cadeira 16. Junto com Cassiano Ricardo, Manuel Bandeira, Menotti del Picchia e Alceu Amoroso Lima, formou o grupo dos que lideraram a renovação da Academia. Em concurso organizado pelo Correio da Manhã foi eleito, em 16 de setembro de 1959, Príncipe dos Poetas Brasileiros. Foi membro da Academia Paulista de Letras; do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; do Seminário de Estudos Galegos, de Santiago de Compostela, e do Instituto de Coimbra. Traduziu, entre outros, os poetas Paul Géraldy, Rabindranath Tagore, Charles Baudelaire, Paul Verlaine e, ainda, a peça Entre quatro paredes, de Jean Paul Sartre. O poeta campineiro também foi combatente na Revolução Constitucionalista de 1932 e ficou exilado em Portugal. Com o final da luta, foi agraciado com a Medalha da Constituição. Criou ainda o Hino dos Bandeirantes, oficializado como letra do Hino do Estado de São Paulo, além do Hino da Força Pública, atual Polícia Militar. Ele também é autor do Hino da Televisão Brasileira, executado na primeira transmissão da Rede Tupi de Televisão, ocorrida graças a seu concunhado, o jornalista Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo. Abertura oficial será na praça do campineiro As comemorações da Semana Guilherme de Almeida começam com uma pré-abertura, amanhã, às 19h30, na Academia Campinense de Letras, com palestra da educadora Ana Maria Melo Negrão. A abertura oficial será no dia 4 de julho, quinta, das 10h às 12h, na Praça Guilherme de Almeida (em frente ao Palácio da Justiça), com uma série de atrações. Estão na programação a apresentação das bandas da EsPCEx e da Polícia Militar, esquete, declamação poética, entrega de poesias e doação de livros, com a participação do Portal do Poeta Brasileiro e de autores campineiros. No mesmo dia, às 15h, na Biblioteca Pública Guilherme de Almeida, em Sousas, haverá exposição, declamação e música. Já na sexta, 5, às 12h, no saguão do Paço Municipal, o Coro Carlos Gomes fará uma apresentação, com regência do maestro Leandro Gouveia. Também haverá atividades poéticas. No domingo, 7, às 10h, na praça do Centro de Convivência, o público poderá conferir apresentação da Banda da Polícia Militar e artes cênicas com a Cia. Cenarte e Portal do Poeta Brasileiro. Outra atividade ao ar livre acontece no dia 11, quinta, às 10h, na Praça Beira Rio, em Sousas, com entrega de poesias e doação de livros e esquete da Cia. Cenarte. O encerramento da Semana acontece também no dia 11, no Teatro Castro Mendes, às 20h, com recital dos cantores da Abal, performance da Cia. Cenarte, música com Meninos Cantores de Campinas e entrega do diploma Mérito Cultural aos homenageados Margareth Reali e Duda Moura. Para a realização da Semana Guilherme de Almeida, a Coordenadoria de Bibliotecas da Secretaria de Cultura de Campinas contou com a comissão organizadora, integrada por representantes da Academia Campinense de Letras, Academia Campineira de Letras e Artes, Associação Brasileira Carlos Gomes de Artistas Líricos, Câmara Municipal de Campinas, Centro de Ciências, Letras e Artes, Rotary Clube Carlos Gomes, Portal do Poeta Brasileiro, Bibliotecas Públicas Municipais, Companhia Teatral Cenarte, Conservatório Carlos Gomes, MECA, EsPCEx, PM e Ateliê Lisa França. 

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