MARCA NEGATIVA

2024 é o segundo ano com mais mortes por dengue em Campinas

Apenas 2015, quando houve 22 óbitos, registrou mais vítimas fatais do que este ano; município confirmou na quinta-feira terceiro caso importado de chikungunya

Da Redação
19/04/2024 às 08:47.
Atualizado em 19/04/2024 às 08:47
Prefeitura percorrerá 12 bairros em um mutirão para identificar e destruir criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, chikungunya e zika vírus: Jardim Fernanda, Cidade Singer e Jardim Campo Belo são alguns dos locais escolhidos para a ação (Rodrigo Zanotto)

Prefeitura percorrerá 12 bairros em um mutirão para identificar e destruir criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, chikungunya e zika vírus: Jardim Fernanda, Cidade Singer e Jardim Campo Belo são alguns dos locais escolhidos para a ação (Rodrigo Zanotto)

Campinas, que confirmou na quinta-feira (18) o total de 56.458 casos de dengue, já registra o segundo pior ano desde o início da série histórica, em 1998, em relação a óbitos provocados pela doença, com onze vítimas fatais. Além disso, a Secretaria de Saúde do município divulgou mais um caso de chikungunya, o terceiro este ano. O paciente é um homem com idade entre 65 e 70 anos. Ele esteve no Paraná, local de sua infecção. O homem apresentou sintomas no dia 11 de janeiro e passa bem. Assim como a dengue, a doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, também vetor do zika vírus. Neste ano, Campinas ainda não tem caso autóctone, quando a infecção ocorre na própria cidade. Os dois primeiros também foram importados, ambos de Minas Gerais. 

Em relação aos óbitos, na quarta-feira a Prefeitura de Campinas confirmou mais três mortes em decorrência da dengue, o que fez 2024 superar 2014, ano que teve dez mortes em 42.413 casos. A pior epidemia da cidade ainda é 2015, quando foram 65.754 infecções e 22 mortes.

Na Região Metropolitana de Campinas (RMC) já são 80.056 casos da doença, 17 óbitos, 56 em investigação e 101 casos graves da doença. Os dados são do Painel de Dengue do Estado de São Paulo. Entre os 20 municípios, registraram mortes em decorrência da dengue Americana, Itatiba, Santa Bárbara d´Oeste e Jaguariúna, com uma morte cada, e Santo Antônio de Posse com duas. Hortolândia anunciou que investiga uma morte suspeita.

REFORÇO NAS ORIENTAÇÕES

Nesta semana, profissionais do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas gravaram um videocast direcionado às redes pública e privada de saúde para destacar o perfil dos óbitos. O objetivo é reforçar as orientações sobre assistência, incluindo fluxos, acolhimento, classificação de risco e tratamento, considerando-se a individualidade do paciente.

A pessoa que tiver febre deve procurar um Centro de Saúde (CS) imediatamente para diagnóstico clínico. a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.

A médica Elda Motta reforçou a importância da hidratação e da avaliação médica, principalmente para idosos, gestantes, crianças e pessoas que tenham comorbidades. “A dengue é uma doença que faz a pessoa desidratar mesmo quando não tem perdas aparentes, como vômito e diarreia, por isso a pessoa precisa se hidratar, beber soro de reidratação oral e água para evitar complicações. E procurar atendimento médico para orientações. É importante que o paciente passe por avaliação clínica, tenha a pressão arterial medida e siga as recomendações recebidas. (Importante) lembrar que o volume de líquido que deve beber é grande, por volta de 60 ml por quilo de peso, e que alguns sinais de desidratação não são valorizados, como apatia, irritabilidade, perda de apetite e perda de vontade de ingerir líquidos”, explicou.

MUTIRÃO

No sábado, a Administração realiza mais um mutirão contra os criadouros do mosquito Aedes aegypti. Serão 12 bairros que terão os imóveis visitados na ação que começa às 8h. Os bairros são Jardim Fernanda, Jardim Itaguaçu, Puccamp, Campituba, Jardim Marisa, Vila Palmeiras, Jardim São Domingos, Cidade Singer, Jardim Columbia, Jardim Santa Maria, Jardim São Jorge e Jardim Campo Belo.

A Administração repete a estratégia de usar drones para localizar grandes criadouros do Aedes aegypti como piscinas e caixas d’água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono. Com isso, chaveiros podem ser acionados e esta medida está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.

A Prefeitura realizou neste ano 11 mutirões, incluindo um regional, onde visitou pelo menos 45,9 mil imóveis para orientar a população e retirar criadouros do mosquito. Contudo, em cada ação, quase metade dos espaços é achada inacessível pelos agentes por estarem fechados, desocupados ou em virtude de impedimento dos moradores.

Outra novidade é o uso de inteligência artificial para ampliar o monitoramento e assistência em saúde aos pacientes com dengue. Toda pessoa diagnosticada ou com suspeita da doença, após atendimento no SUS Municipal, recebe via WhatsApp mensagem disparada pelo chatbot que auxilia a Pasta a acompanhar as condições do paciente. Caso necessário, é feita nova orientação sobre busca por atendimento.

Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, estão nas residências. Portanto, o enfrentamento à epidemia exige esforço compartilhado entre Poder Público e população para eliminar qualquer espaço com água que possa ser usado pelo inseto para proliferação.

MORTE POR GRIPE

A Secretaria de Saúde de Vinhedo registrou a primeira morte do ano por gripe. A vítima era uma senhora de mais de 60 anos de idade, residente de Vinhedo, que apresentava comorbidades e estava internada desde o dia 21 de março na Santa Casa de Vinhedo. Ela veio a óbito em abril. Até esta quarta-feira (18), Vinhedo já tinha atingido 19,90% da cobertura vacinal de grupo prioritário referente à vacinação contra a gripe (Influenza). Diante da baixa adesão da vacina, a Secretaria de Saúde reforça a importância de se imunizar contra a doença. A vacinação contra a gripe está sendo realizada de segunda a sexta-feira em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade. Para receber o imunizante, é necessário apresentar documento de identidade que contenha o CPF (cartão cidadão) e cartão de vacina. 

Campinas também confirmou nesta semana a primeira morte causada pelo vírus influenza. Um homem de 48 anos, que tinha insuficiência respiratória crônica e dependência de oxigenoterapia, teve óbito confirmado em 24 de março. No ano passado, foram 12 mortes por gripe em 2023, três delas no primeiro trimestre.

Diante do ocorrido, a Secretaria reforçou a importância da vacinação. Atualmente, o imunizante que protege contra a gripe está disponível para os seguintes grupos prioritários: idosos (60 anos ou mais), gestantes e puérperas, trabalhadores da área de saúde, trabalhadores da área de educação, crianças na faixa entre 6 meses e 5 anos, pessoas com deficiência permanente, pessoas com comorbidades, caminhoneiros, trabalhadores do transporte rodoviário coletivo, trabalhadores portuários, povos indígenas, população em situação de rua, profissionais das forças de segurança e salvamento, população do sistema de privação de liberdade, população privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos).

A vacina pode ser encontrada em um dos 68 centros de saúde (CSs) da cidade. A Secretaria de Saúde aplicou 87.030 doses nas três primeiras semanas de campanha deste ano, contando com o Dia D de vacinação contra a gripe, ocorrido no último sábado, 13 de abril. No balanço divulgado nesta semana, a Secretaria de Saúde revelou que 23% dos idosos se vacinaram. Nos outros principais grupos prioritários a adesão é menor: puérperas (12,69%), crianças (12,20%) e gestantes (9,69%). A meta da Saúde é imunizar 90% de cada um dos grupos prioritários.

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