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17ª edição do RAC e Sanasa é marcada por ano ambiental

Atual temporada acontecerá em meio a uma extensa agenda de ações públicas

Da Redação
13/05/2023 às 10:13.
Atualizado em 13/05/2023 às 10:14
Máquina da Usina Verde de Compostagem processa toneladas de resíduos sólidos para transformá-los em fertilizantes orgânicos ricos em nutrientes destinados à manutenção de parques e jardins de Campinas (Kamá Ribeiro)

Máquina da Usina Verde de Compostagem processa toneladas de resíduos sólidos para transformá-los em fertilizantes orgânicos ricos em nutrientes destinados à manutenção de parques e jardins de Campinas (Kamá Ribeiro)

A 17ª edição do Prêmio RAC e Sanasa de Responsabilidade Ambiental coincide com um ano em que órgãos da Administração Pública posicionam os olhares para o desenvolvimento sustentável de Campinas e da Região Metropolitana de Campinas (RMC). A ação, que é de iniciativa da Rede Anhanguera de Comunicação (RAC) - publicadora do Correio Popular - e da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) terá início no próximo sábado e até o dia 3 de fevereiro de 2024 publicará reportagens sobre 38 projetos ambientais desenvolvidos por empresas privadas, órgãos públicos ou organizações não governamentais (ONGs) de Campinas e região.

Na mesma linha, com olhar voltado para a sustentabilidade, atualmente, a Prefeitura deu início a elaboração do Plano Municipal de Ação Climática (PLAC), como parte dos esforços para minimizar os efeitos das mudanças climáticas. No começo do mês, a Administração campineira também ganhou um reforço no que tange à implantação do Polo de Inovação Para o Desenvolvimento Sustentável (PIDS), com anúncio de apoio da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação. A ideia é que dentro do PIDS seja criado um Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS), voltada para um urbanismo inovador e sustentável.

O presidente da Sanasa, Manuelito Pereira Magalhães Júnior, analisa que a existência do prêmio tem influenciado o aumento de iniciativas de sustentabilidade na cidade.

Para a direção do jornal Correio Popular, "a realização da 17ª edição do Prêmio RAC e Sanasa de Responsabilidade Ambiental é fundamental para destacar e incentivar ações sustentáveis no município. Isso se torna ainda mais relevante no contexto atual em que o município discute a implantação de projetos importantes para o meio ambiente, como o Plano Municipal de Ação Climática e o Polo de Inovação Para o Desenvolvimento Sustentável (PIDS), iniciativas que demonstram o compromisso do município em minimizar os impactos das mudanças climáticas."

O jornal acredita que o Prêmio RAC e Sanasa é uma contribuição relevante no incentivo às ações que visam a preservar o meio ambiente e desenvolver o município de modo sustentável, destacando que a "conscientização da sociedade sobre isso é fundamental e que iniciativas como essas ajudam a difundir boas práticas e a destacar empresas e organizações que se preocupam com o impacto ambiental de suas atividades". 

CONTEXTO

Ações por parte da Prefeitura e da Sanasa já integram a rotina de cuidados com o meio ambiente por parte do poder público. Em uma delas, por exemplo, a empresa e o município, em conluio, operam uma Usina Verde de Compostagem, localizada na região dos Amarais. O espaço recebe restos de galhos e de lodo provenientes de manutenções da responsável pelo saneamento e produz fertilizantes orgânicos, que são usados, por sua vez, na manutenção de parques, praças e jardins pelo município. A Usina processa, diariamente, 100 toneladas de resíduos, que rendem cerca de 30 toneladas do composto. Esses resíduos, ao serem transformados em adubo, rico em nutrientes, deixam de emitir gases maléficos que fazem mal à camada de Ozônio.

A operação também gera uma economia de cerca de R$ 1 milhão por mês ao município porque o material deixa de ocupar espaço no aterro sanitário, informou a pasta de Serviços Públicos. "É a primeira usina do Brasil nesses moldes. Ao deixar de enviar esses resíduos ao aterro sanitário, deixamos de ocupar uma área com resíduos e de gerar chorume e gás metano. É um enorme ganho ambiental e de sustentabilidade, além de economia para a cidade", explicou o secretário Ernesto Paulella.

No segundo semestre de 2022, a Usina Verde conseguiu registro do Ministério da Agricultura, o que permite que o adubo seja comercializado. Um edital de licitação está sendo preparado para que o composto seja vendido a uma empresa. Neste caso, o vencedor da melhor proposta leva todo o material e poderá revender. 

Outro exemplo, por parte da Sanasa, é a Estação Produtora de Água de Reuso (EPAR), que trata o esgoto e devolve para o rio Capivari com 99% de pureza. A empresa também se comprometeu a atuar no combate à dengue durante período sazonal da doença em 2023 e desde abril realiza ações de conscientização com o objetivo de reduzir os focos de água parada, terreno fértil para a proliferação do mosquito.

Atualmente, a Prefeitura comprometeu-se a zerar as emissões de CO2 até 2050, com a assinatura do Acordo Ambiental São Paulo e adesão ao 'Race to Zero', uma campanha global em busca de um futuro saudável, resiliente e com zero emissão de carbono. De acordo com estudo do Inventário de Gases Efeito Estufa (GEE) da Região Metropolitana de Campinas (RMC), Campinas emite anualmente mais de 2,6 toneladas de CO2.

O setor de transporte lidera os lançamentos com 70,6%, seguido por energia estacionária (20,8%), que corresponde à energia elétrica. Resíduos (6,7%) e Agricultura (1,9%) completam o quadro. Como resposta a isso, a Prefeitura aposta na ampliação da frota de ônibus elétricos e também na adesão dos cidadãos às bicicletas. Para isso, o processo de licitação de ônibus exigirá 256 veículos de transporte coletivo movidos a energia limpa e estenderá em 100 quilômetros as ciclovias e ciclofaixas.

O presidente da Sanasa avalia que o prêmio tem impulsionado o surgimento de novas iniciativas. "As iniciativas que envolvem sustentabilidade estão avançando continuamente em Campinas e em toda a RMC. Isso é um claro sinal de que o Prêmio RAC e Sanasa cumpre bem o seu papel de divulgação do tema e fomenta cada dia mais que associações, empresas e o terceiro setor se somem a essa agenda", disse.

Por sua vez, o secretário de Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Rogério Menezes, explica que 2023 é um ano em que a Administração trabalha intersetorialmente para promover cada vez mais ações sustentáveis para o município, mas ressalta que o esforço pela sustentabilidade deve ser geral. "A Prefeitura vem traçando planos com diversas pastas para atuar em diversas frentes. A Defesa Civil, por exemplo, vai atuar no combate às catástrofes ambientais com trabalho preventivo, a Secretaria de Infraestrutura vai atuar com a drenagem urbana, Serviços Públicos com o plantio de árvores. Alia-se a isso o empenho do setor privado, com o cuidado, por exemplo, com a emissão de poluentes durante produção empresarial. Por fim, a participação civil também será estimulada com um impulso aos grupos comunitários no entorno dos parques lineares, para aumentar a sensação de pertencimento e empenho com as questões ambientais nos espaços urbanos".

Bosque dos Alemães, no bairro Guanabara, tradicional área de reserva de mata nativa, que contribui para a sustentabilidade ambiental da cidade (Kamá Ribeiro)

Bosque dos Alemães, no bairro Guanabara, tradicional área de reserva de mata nativa, que contribui para a sustentabilidade ambiental da cidade (Kamá Ribeiro)

O PRÊMIO

Como ocorre anualmente, os melhores projetos nas categorias Público, Privado e Terceiro Setor serão premiados. Ao todo, serão nove agraciados com prêmios, três em cada categoria. Desde seu lançamento, em 2007, a premiação procura disseminar a consciência sobre a importância da preservação do meio ambiente.

Um corpo de jurados analisará as melhores iniciativas de preservação do meio ambiente. Entre os critérios para a análise estão a criatividade e o ineditismo, além dos pilares da sustentabilidade: impacto ambiental, social e econômico. Combate à poluição, recuperação e recomposição da diversidade biológica, geração de emprego e renda de forma sustentável também estão entre os aspectos avaliados pelos jurados. 

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