SUCESSIVAS

Campinas tenta evitar 3ª epidemia de dengue da cidade

Após 2014 e 2015 repletos de casos da doença, governo municipal corre para impedir nova onda da enfermidade em 2016

Sarah Brito
22/05/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 12:59
Fila para atendimento no Mário Gatti: hospitais começam a desmontar esquemas especiais para a dengue (Camila Moreira/ AAN)

Fila para atendimento no Mário Gatti: hospitais começam a desmontar esquemas especiais para a dengue (Camila Moreira/ AAN)

Para evitar uma terceira epidemia consecutiva de dengue no próximo ano na cidade, a Prefeitura de Campinas deve aumentar o efetivo de agentes de saúde para criar uma “guerrilha” contra a transmissão contínua. Apontada como uma das causas para a epidemia desse ano — que já conta com 37.146 confirmações —, a transmissão em todos os meses ajuda a manter o vírus presente na cidade e os novos casos. Há ainda 2.149 casos em investigação e sete mortes confirmadas. Os dados foram divulgadas pela Prefeitura essa semana. Com isso, a Secretaria de Saúde quer dobrar até o final do ano o número de agentes que trabalham com prevenção e combate ao transmissor da dengue, o mosquito Aedes aegypti. Hoje, cerca de 200 funcionários atuam na área, em diversas ações, como nebulização costal e orientação à população.Atualmente, uma lei, já em tramitação na Câmara Municipal, pretende convocar 255 pessoas, já aprovadas em concurso público, até julho. O objetivo é reforçar as equipes e ter um efetivo total de até 1,2 mil agentes. Não há um prazo estabelecido pelo Município para que esse número seja atingido.“O trabalho no segundo semestre será para diminuir até esgotar a transmissão. Não podemos registrar casos novos”, disse o médico infectologista da Prefeitura, André Ribas. Segundo ele, o histórico mostra que, nesse período do ano — entre o Outono e a Primavera — é quando a dengue atravessa o período epidêmico e a cidade corre o risco de uma nova epidemia.No entanto, apesar do reforço no efetivo, as ações de combate ao mosquito serão as mesmas do ano passado, incluindo ainda a telagem de caixas d’água. Na quinta-feira (21), a Prefeitura de Campinas comprou R$ 172 mil em telas para as caixas d’água. Hoje, 52 pessoas atuam nessa frente.Até o fim desse mês, o Exército ajuda a Administração, fazendo o serviço na região Sudoeste, uma das mais afetadas pela doença neste ano. Após a data, será uma empresa terceirizada da Prefeitura que continuará o trabalho, em toda a cidade.“Vamos continuar, de acordo com a necessidade. Devemos sentir resultado dessas ações em outubro. Aí teremos uma avaliação boa de como vai caminhar nossa situação epidemiológica”, afirmou Ribas. Segundo ele, o controle da dengue não depende exclusivamente do poder público, e a população tem papel fundamental no combate, destruindo criadouros e eliminando locais que podem acumular água da chuva.Outro serviço que será mantido é a visita e fiscalização de imóveis fechados e casas abandonadas. O maior problema enfrentado pela Secretaria de Saúde são as residências onde moram pessoas, mas elas ficam fora de casa durante o dia, para trabalhar.Com isso, não é possível avaliar o imóvel e orientar os residentes para evitar criadouros. “A ideia é fazer uma programação para voltarmos aos imóveis pendentes no fim de tarde. São muitos, em toda a cidade”, disse o médico.AtendimentoO atendimento médico que foi reforçado nos últimos meses durante o pico da epidemia será descontinuado em hospitais, que oferecem uma “segunda porta” para os pacientes com dengue. O Hospital Ouro Verde e Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desmobilizaram as equipes, uma vez que os casos mês a mês já começaram a cair. Nas unidades básicas de saúde o atendimento também volta a ser o de rotina. Em Sumaré, a Prefeitura também desativará o atendimento exclusivo à dengue, no bairro Nova Veneza. Após quase dois meses de funcionamento, a unidade deixará de funcionar a partir do dia 28 de maio, devido à diminuição do número de casos da doença. O espaço voltará a ser utilizado pelo PACS (Programa de Agentes Comunitários da Saúde) Nova Veneza, que, desde o início das atividades do Polo da Dengue, em março, atendia provisoriamente no prédio do Cras Nova Veneza. (SB/AAN)

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