Índice acumulado no primeiro semestre é um dos menores do País; recuo foi de 11 pontos em 10 anos
Renato Costa Couto, na fábrica de esquadria: de 15 a 92 empregados ( Leandro Ferreira/AAN)
A taxa de desemprego da Região Metropolitana de Campinas (RMC) fechou o primeiro semestre como uma das mais baixas do País. O índice de desocupação ficou em 4,51% da População Economicamente Ativa (PEA), que representou 71.941 trabalhadores sem emprego, atrás apenas de Porto Alegre (3,9%) e Belo Horizonte (4,1%). Em uma década, houve o recuo de 11,19 pontos percentuais no nível de desemprego. Em junho de 2003, a taxa era de 15,7%, com um total de 202.206 desempregados.Nos últimos dez anos, foram criados 465.433 postos de trabalho formais na RMC. O estoque de mão de obra com carteira assinada em dezembro de 2002 era de 562.027 trabalhadores e chegou a 1,02 milhão de pessoas em junho deste ano. Os números do acumulado do primeiro semestre de 2013, ainda que menos vigorosos do que no ano anterior, sustentaram o avanço do nível de emprego.Nos seis meses iniciais deste ano, foram criados 19.947 empregos na RMC. A região registrou um crescimento de 8,15% em relação ao ano anterior, quando o resultado foi de 18.351 postos. O desempenho foi bem acima do apresentado no País. No Brasil, no primeiro semestre houve uma redução de 21,16%. O saldo caiu de 1,04 milhão de vagas abertas para 826.168. A indústria regional gerou 3.553 vagas formais, e a construção civil contratou 10.567 pessoas. Os dois setores se destacaram na admissão de pessoas com carteira assinada este ano.O coordenador do Departamento de Economia da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), Laerte Martins, afirmou que a situação do nível de emprego ainda é confortável na região. Mas disse que é preciso ficar alerta se a desaceleração for mais aguda.“A taxa passou a 4,24% em maio deste ano, que representou 67.750 desempregados. Em junho, a taxa apresentou uma leve subida para 4,51%, que totalizou 71.941 trabalhadores sem uma ocupação. Em igual mês do ano anterior, o índice foi de 4,22%, com 67.650 desempregados”, comparou. Para ele, a alta não representou uma mudança significativa na taxa, que ainda é uma das menores do País.Em Campinas, o primeiro semestre não foi tão promissor para o mercado de trabalho quanto na região. A cidade apresentou queda de 25% em relação ao ano anterior. No acumulado de janeiro a junho de 2013, foram criados 6.498 vagas com carteira assinada frente a 8.668 postos em 2012. O desempenho influenciou na taxa de desemprego, que passou de 3,30% (19.637 trabalhadores sem ocupação) para 3,91% (23.512 desempregados) de um ano para o outro. “Setores importantes da economia do município apresentaram recuo nas contratações este ano”, afirmou o economista.O professor do IBE-Fundação Getúlio Vargas (FGV), Paulo Grandi, comentou que a região é privilegiada com a instalação de novas empresas e com uma economia dinâmica que permite a geração de postos de trabalho. “Não será surpresa se a região continuar gerando empregos formais bem acima dos números do País”, disse.Entretanto, o especialista alertou que um limitador para a ampliação da mão de obra na RMC é a falta de qualificação profissional. Embora o cenário local seja mais positivo do que em outras regiões brasileiras, também há escassez de trabalhadores qualificados. “Hoje, o Brasil importa trabalhadores para suprir as necessidades do mercado de trabalho”, afirmou.O empresário Renato Costa Couto, proprietário da MAV, confirma a dificuldade atual em encontrar trabalhadores qualificados na região. “Tenho uma empresa de esquadrias que hoje está instalada em Paulínia. Experimentamos um forte crescimento nos últimos anos e tivemos dificuldades para encontrar trabalhadores. Nosso quadro passou de 15 funcionários para 92 pessoas em quatro anos”, disse.Saiba Mais - MAIOR TAXA DE DESEMPREGO na RMC no primeiro semestre de 2013: ARTUR NOGUEIRA, com 14,5% da População Economicamente Ativa (PEA), que representou 3.088 trabalhadores sem ocupação- MENOR TAXA DE DESEMPREGO na RMC no primeiro semestre de 2013: VINHEDO, com 1,57% da População Economicamente Ativa (PEA), que representou 564 trabalhadores sem trabalho Fonte: Acic